O Ibovespa fechou em queda de 1,21 % nesta sexta-feira, a 45.210 pontos, após ter chegado a cair 3,6 % na mínima da sessão, a 44.107 pontos (BM&FBovespa/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2013 às 19h04.
São Paulo - A Bovespa encerrou a sexta-feira no vermelho, acumulando queda de quase 5 % na primeira semana de julho, diante de preocupações sobre as perspectivas para a liquidez global e para os resultados das companhias brasileiras.
O Ibovespa fechou em queda de 1,21 % nesta sexta-feira, a 45.210 pontos, após ter chegado a cair 3,6 % na mínima da sessão, a 44.107 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 7,8 bilhões de reais.
Na semana, o índice registrou queda de 4,7 %, ampliando o tombo acumulado no ano para 25,8 %.
Dados mais fortes que o esperado do mercado de trabalho norte-americano reacenderam preocupações de que o Federal Reserve, banco central do país, inicie em breve a redução de seu programa de compra de ativos, levando a uma redução da liquidez global.
"Com a melhora da economia americana e a perspectiva de menos estímulos, isso pode provocar uma fuga de recursos de emergentes para ativos mais seguros, para os Estados Unidos", disse o operador Luiz Roberto Monteiro, da Renascença Corretora.
Além disso, a crescente preocupação com o cenário doméstico tem levado a Ibovespa a exibir, de longe, o pior desempenho dentre os principais índices acionários do mundo em 2013. No ano, a perda acumulada do índice é de 25,8 %.
"Você tem a preocupação com o impacto da alta do dólar no resultado das empresas brasileiras, além de toda a instabilidade e cenário macro negativo como um todo", disse Monteiro, acrescentando que as perspectivas para a Bovespa seguem incertas no curto prazo.
Nesta sexta-feira, as ações da siderúrgica Usiminas, da petroquímica Braskem e da petroleira Petrobras puxaram a queda do Ibovespa, diante de temores de que o governo reduza o imposto de importação para uma série de produtos.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta tarde que o governo estuda reduzir alíquotas do Imposto de Importação (II) de insumos básicos, como aço e produtos químicos, para conter pressão de preços em um momento em que o dólar se valoriza ante real. Em junho, a moeda subiu 4,17 % ante o real.
As ações da mineradora MMX e da petroleira OGX, ambas do grupo EBX, do empresário Eike Batista, inverteram o sinal e fecharam o pregão em recuperação, após o forte tombo recente.
Gafisa também fechou o dia em alta, após o BTG Pactual ter elevado a recomendação para os papéis da construtora e incorporadora de "neutro" para "compra".
Ainda na cena doméstica, a inflação ao consumidor brasileiro desacelerou em junho para 0,26 %, num resultado abaixo do esperado. Mas a alta do IPCA acumulada em 12 meses foi a 6,70 %, resultado mais alto desde 2011.