Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2012 às 10h12.
São Paulo - Falta fôlego e falta fluxo. O desempenho positivo da Bovespa ontem pode não ter continuidade hoje, já que os mercados internacionais também se mostram sem disposição para esticar os ganhos da véspera. Nesta reta final do mês (e do trimestre), os investidores parecem um pouco arredios em estender suas exposições ao risco e deixam os negócios sem viés definido, oscilando em uma margem estreita. O Ibovespa abriu em leve alta de 0,07%, aos 66.730,67 pontos.
O analista da Um Investimentos, Eduardo Oliveira, comenta, em relatório, que após um dia de forte alta local, hoje a Bolsa deve reagir ao cenário externo que, ainda sem um rumo único, aguarda a divulgação da agenda dos EUA. O destaque vai para o índice de confiança do consumidor em março. Hoje também sai o índice de atividade regional em Richmond.
Um operador da mesa de renda variável de uma corretora paulista comenta que, na falta de notícias mais relevantes, os mercados acionários globais vão oscilar ao sabor dos números da economia norte-americana. Mas, para ele, enquanto o fluxo de capital estrangeiro não voltar a ficar favorável, a Bolsa deve continuar oscilando no intervalo atual, "um pouco acima dos 65 mil pontos e um pouco abaixo dos 67 mil pontos".
O que pode aguçar os negócios locais são os balanços corporativos anunciados entre a noite de ontem e esta manhã. Os investidores terão a oportunidade de fazer ajustes nos papéis da Gol, que caíram ontem na expectativa do resultado trimestral. A empresa aérea registrou lucro líquido de R$ 54,27 milhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 59% ante o mesmo período de 2010. No acumulado de 2011, contudo, a companhia aérea elevou o prejuízo para R$ 669,5 milhões, frente ao lucro de R$ 214,2 milhões conseguido no ano anterior.
A CSN também abriu seus números trimestrais e divulgou lucro líquido de R$ 817 milhões, que veio acima das expectativas do mercado. A média da projeção de sete casas consultadas pela Agência Estado apontava para um lucro de R$ 590,14 milhões.
Além desses balanços, as atenções também se voltam para o setor de consumo, depois que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, ontem, a prorrogação, por mais três meses, da diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para mercadorias da linha branca, entre elas geladeiras, máquinas de lavar, fogões e tanquinhos. O objetivo, segundo o governo, é incentivar o aquecimento do nível de atividade e o consumo.