Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2012 às 10h29.
São Paulo - Nem a criação de vagas de emprego acima do esperado no setor privado norte-americano em março parece salvar a Bovespa hoje. E o sinal de alerta já foi acionado: o Ibovespa abriu em queda de 0,72%, abaixo dos 64 mil pontos. Se a desvalorização continuar ao longo do dia, pode interromper a tendência de alta dos negócios locais conquistada no começo do ano. Por enquanto, o conteúdo da ata do Federal Reserve ainda reverbera hoje e as preocupações com a Espanha só aumentam. Mas ainda tem o ISM de serviços nos EUA.
O setor privado dos EUA criou 209 mil empregos no mês passado, na comparação com fevereiro, segundo o relatório da ADP/Macroeconomic Advisers. O resultado superou as estimativas de abertura de 200 mil vagas e desenha um cenário mais animador para o relatório oficial do mercado de trabalho (payroll), a ser divulgado em pleno feriado da Sexta-feira da Paixão.
Os números, porém, não animaram os investidores. Logo após a divulgação, os índices futuros das Bolsa de Nova York seguiram em queda, assim como as principais bolsas europeias, ainda ressentidos das afirmações do Banco Central dos EUA, que mostrou ontem que está mais distante a adoção de uma nova estratégia para imprimir dinheiro e estimular a economia norte-americana.
Já na Europa, a Espanha azeda o apetite ao risco, depois que o país precisou pagar mais caro para vender o mínimo pretendido em leilão de bônus. O Tesouro espanhol levantou 2,589 bilhões na oferta de papéis de três, quatro e de oito anos, com um yield médio mais salgado em todos os vencimento. O país pretendia vender entre 2,5 bilhões e 3,5 bilhões.
Como consequência, o custo do seguro da dívida espanhola contra default (CDS) cresceu para o nível mais alto em mais de quatro meses, enquanto o juro do bônus de 10 anos alcançou o maior patamar desde o início de janeiro.