Bovespa: investidores brasileiros estão preocupados com disputa presidencial (Paulo Fridman/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2014 às 11h48.
São Paulo - A Bovespa abriu em queda nesta sexta-feira, 22, com todas as principais ações do índice no vermelho, em um movimento de realização de lucro após seis pregões consecutivos de alta.
Mesmo assim, as perdas são moderadas e uma possível alta nos mercados de Nova York, após o discurso da presidente do Federal Reserve nesta manhã, pode impulsionar os ativos brasileiros.
Por volta das 9h20, o Ibovespa perdia 0,45%, aos 58.727,92 pontos. Entre os destaques de baixa apareciam MRV (-1,72%), MMX (-1,06%) e Even (-0,96%). No campo positivo, Marfrig (+1,21%), Oi (+0,81%) e CCR (+0,85%) lideravam os ganhos.
Entre as blue chips, Petrobras (ON -0,60% e PN -0,47%), Vale (ON -0,60% e PN -0,89%), Itaú (-0,58%) e Bradesco (-0,52%) caíam.
Na Europa, as principais bolsas operavam em queda, em função das renovadas tensões com a Ucrânia, que acusou um comboio russo de entrar ilegalmente em seu território. Frankfurt perdia 0,44%, Londres recuava 0,08% e Paris tinha baixa de 0,80%.
Já os futuros de Nova York estavam bem perto da estabilidade (Dow Jones -0,04%, S&P 500 -0,01% e Nasdaq -0,09%), em função das expectativas com o discurso de Janet Yellen no tradicional simpósio de Jackson Hole.
A disputa presidencial também segue no radar dos investidores brasileiros, com grande expectativa por novas pesquisas eleitorais.
Na quinta-feira, 21, a deputada federal Luiza Erundina (SP) foi indicada para coordenar a campanha presidencial do PSB, em substituição a Carlos Siqueira, que deixou a coordenação geral também ontem, após desentendimentos com Marina Silva, um dia depois de a ex-senadora ser confirmada como cabeça de chapa, tendo o deputado Beto Albuquerque como candidato a vice.
O Instituto Ibope está nas ruas para elaborar nova pesquisa eleitoral, de abrangência nacional, encomendada pelo jornal O Estado de São Paulo e a Rede Globo. Cerca de 2,5 mil pessoas serão entrevistadas entre os dias 23 e 26 de agosto, sendo que os resultados devem ser divulgados a partir da terça-feira da semana que vem
No campo corporativo, destaque para Eletrobras (ON -0,42% e PN -0,60%) e Petrobras. O diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobras, Armando Casado de Araújo, revelou ontem que a estatal do setor elétrico e a Petrobras iniciarão na próxima semana um trabalho de conciliação para discutir uma dívida de R$ 1,7 bilhão da Eletrobras com a BR Distribuidora, controlada pela Petrobrás.
Enquanto Yellen não fala, os discursos de outros dirigentes do Fed já começam a repercutir no mercado, impulsionando o dólar. O presidente da distrital de St. Louis, James Bullard, afirmou que o banco central começará a elevar taxas de juros no final do primeiro trimestre de 2015.
Já o presidente da regional da Filadélfia, Charles Plosser, voltou a falar há pouco que a economia está tendo um bom desempenho após o inverno rigoroso e que a criação de empregos é a melhor desde os anos 1990.
Às 10h25, o dólar à vista no balcão subia 0,40%, a R$ 2,2750, enquanto o dólar para setembro avançava 0,13%, a R$ 2,2783. A valorização da divisa norte-americana ajudaria a impulsionar os juros futuros aqui, mas a queda nos yields dos Treasuries pressiona as taxas para baixo.
O DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 11,51%, de 11,52% no ajuste de ontem, e o contrato para janeiro de 2021 mostrava 11,72%, de 11,75%. O juro da T-note de 10 anos recuava a 2,401%, de 2,405% ontem.