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Bovespa abre em forte alta e pode buscar 57 mil pontos

"Hoje é o dia da alta", comentou um operador, lembrando que nos quatro pregões desta semana a bolsa teve um dia de valorização, seguido por um de desvalorização

Operadores na Bovespa: o governo e a China devem influenciar o mercado neste ano  (Germano Lüders/EXAME.com)

Operadores na Bovespa: o governo e a China devem influenciar o mercado neste ano (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2012 às 10h30.

São Paulo - A criação de postos de trabalho acima do esperado nos Estados Unidos em julho é a senha que os mercados financeiros globais esperavam para confirmar a tendência de recuperação sinalizada para o dia. Ainda assim, o número foi insuficiente para melhorar a taxa de desemprego norte-americana que, ao contrário da expectativa de manutenção, subiu, mantendo em aberto a possibilidade de estímulos adicionais por parte do Federal Reserve - talvez em setembro. Na Europa, os investidores fazem uma reavaliação da reação ao Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, o que também aguça o apetite por ativos de risco. Por volta das 10 horas, o Ibovespa subia 1,41%, aos 56.303 pontos, na pontuação máxima.

"Hoje é o dia da alta", comentou um operador da mesa de renda variável, lembrando que nos quatro pregões desta semana a bolsa teve um dia de valorização, seguido por um de desvalorização, por duas vezes consecutivas. O problema, salienta o profissional que falou sob a condição de não ser identificado, é que as perdas foram mais acentuadas do que os ganhos. Tanto que, para conseguir encerrar a semana no zero a zero, o Ibovespa precisa subir quase 2% nesta sexta-feira.

Essa missão, contudo, não parece ser tão impossível, diante do avanço dos índices futuros das bolsas de Nova York e das principais bolsas europeias. Ainda assim, afirma o mesmo operador, não deve ser capaz de demover a Bovespa do intervalo entre os 52 mil e os 57 mil pontos, no qual está encrostada desde meados de maio.

No horário acima, o futuro do S&P 500 subia 1,40%, acentuando a alta após a criação de 163 mil vagas de emprego nos EUA em julho, acima da previsão de +95 mil. O ritmo de contratação, porém, falhou em reduzir a taxa de desemprego do país, que subiu a 8,3% ante junho, contrariando a previsão de estabilidade em 8,2% e alcançando o nível mais alto em cinco meses. Além disso, o payroll de junho foi revisado para baixo, mostrando a abertura de 64 mil vagas, de +80 mil postos de trabalho originalmente.

"O mercado de trabalho permanece como o principal entrave a ser superado na economia dos EUA e a redução da taxa de desemprego - como consequência dos ganhos de postos de trabalho - afeta diretamente a cadeia de consumo, principal artífice do crescimento e aquecimento econômico norte-americano", comenta, em relatório, o economista sênior da Cruzeiro do Sul Corretora, Jason Vieira.

Já na Europa as bolsas de Frankfurt e de Paris subiam quase 3%, enquanto em Madri e em Milão os ganhos superavam até 4%.


Além de dados melhores que o esperado sobre a atividade no setor de serviços na zona do euro e quanto às vendas no varejo dos 17 países da região, os investidores fazem uma segunda leitura das declarações do presidente do BCE, Mario Draghi, na quinta-feira.

Após o comandante da autoridade monetária ter dito que qualquer compra adicional de bônus para combater a crise da zona do euro estaria concentrada nos títulos da dívida de curto prazo, os investidores resolveram se desfazer dos papéis de dois anos da Espanha. Mais cedo, o yield desses papéis caíam cerca de 0,50 ponto porcentual e o de 10 anos era negociado abaixo de 7%. Os retornos dos vencimentos italianos também estavam mais suaves.

Internamente, o grande evento do dia está reservado somente para após o fechamento dos mercados domésticos, quando a Petrobras divulga o balanço financeiro do segundo trimestre deste ano, que deve ser o pior resultado trimestral desde 2002, com quedas ao redor de 70% em relação ao igual período de 2011 e aos três primeiros meses de 2012, segundo levantamento da Agência Estado.

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