Contrariando a expectativa, a Bovespa encerrou a sessão de ontem na pontuação máxima, com alta de 0,78% (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2011 às 10h29.
São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, como reflexo do ritmo lento dos mercados internacionais, e deve perder parte da alta acumulada nas últimas sessões. Às 10h14, o índice Bovespa (Ibovespa) caía 0,19%, aos 63.766 pontos.
Contrariando a expectativa, a Bolsa encerrou a sessão de ontem na pontuação máxima, com alta de 0,78%, em um dia de giro financeiro fraco. Para a equipe de analistas do BB investimentos, como a expectativa de curtíssimo prazo para a Bovespa ainda é positiva, os investidores optaram por antecipar a trajetória de Nova York neste início de semana. "Caso os dados futuros nos Estados Unidos não sejam favoráveis, os investidores conseguirão um preço médio melhor na venda. Caso venham bons, já estarão posicionados", explica.
Mas os EUA voltam do fim de semana prolongado ainda em clima de férias. Os investidores dividem as atenções entre a agenda econômica do dia no país e os desdobramentos vindos da Europa e da Ásia. Para hoje, está prevista apenas a divulgação das encomendas à indústria e seus estoques em maio, às 11 horas (horário de Brasília). Além disso, o Senado dos EUA retoma as discussões sobre a elevação do teto da dívida pública do país.
Na Europa, permanecem as incertezas sobre uma solução para a situação fiscal na Grécia. Após o alerta feito ontem pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, o Banco Central Europeu (BCE) afirmou que não aceitará bônus do país mediterrâneo caso os papéis sejam classificados como default (calote) pelas três principais agências do setor. Na China, a Moody's levantou suspeitas sobre o impacto da dívida de governos locais sobre o sistema bancário chinês, ao mesmo tempo que o país emergente emite novos sinais de que pode apertar novamente o juro básico em breve.
Esse noticiário somado a dados fracos sobre a atividade do setor privado e das vendas do varejo na zona do euro pressionam a moeda única, limitando o fôlego das commodities (matérias-primas).
No Brasil, prossegue o imbróglio entre os envolvidos na eventual operação de fusão do Grupo Pão de Açúcar com o Carrefour. Na Bolsa de Paris, as ações da varejista francesa caíam mais de 10%, reagindo ainda a um noticiário com a rede O Dia.
Já o rival francês Casino, sócio do empresário Abílio Diniz, afirmou que vai defender de maneira "intransigente" seu direito de assumir o controle na Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), do Pão de Açúcar, no ano que vem. Para o Carrefour, não há nenhuma intenção hostil em relação ao Casino, que vem ressaltando um acordo de acionistas com o Pão de Açúcar, embora não tenha feito qualquer referência a alguma cláusula específica que apoiem suas afirmações.