Bovespa: por volta das 10h05, o Ibovespa subia 0,31%, aos 57.789,72 pontos, na pontuação máxima até então (BM&FBovespa/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 10h34.
São Paulo - O retorno do pregão em Nova York garante um pouco mais de tração à Bovespa nesta terça-feira, mas os negócios locais seguem frágeis e vulneráveis a eventos pontuais do dia a dia.
A agenda econômica fraca nos Estados Unidos desloca as atenções dos investidores à rodada de indicadores domésticos sobre inflação e atividade já conhecidos e à expectativa em torno da participação de autoridades monetárias durante lançamento de um programa do Banco Central em Brasília.
Por volta das 10h05, o Ibovespa subia 0,31%, aos 57.789,72 pontos, na pontuação máxima até então.
O operador sênior da Renascença Corretora, Luiz Roberto Monteiro, lembra que a situação interna parece mais complicada que no restante do mundo e, por isso, a Bolsa brasileira está cada vez mais perto dos 55 mil pontos do que de retornar aos 60 mil pontos. "A Bolsa não deslancha em função de um noticiário repetitivo em relação à intervenção do governo na economia, que resulta em perda de confiança entre os investidores", avalia.
Além disso, a preocupação com a alta da inflação e a baixa competitividade das empresas têm provocado uma reprecificação negativa de algumas ações, principalmente dos segmentos ligados à demanda doméstica.
Nesta terça-feira, por exemplo, o setor varejista deve sofrer uma pressão vendedora, após o IBGE anunciar queda de 0,5% nas vendas do comércio em pleno mês de Natal.
O resultado de dezembro ante novembro ficou pior que o esperado por analistas consultados pelo AE Projeções, que estimavam alta de 0,20% a 1,50%. No acumulado de 2012, o avanço de 8,4% das vendas do varejo ficou abaixo da mediana projetada, de 8,60%.
Ainda em âmbito corporativo, as ações de Oi e Usiminas devem ficar no foco após a divulgação dos resultados do quarto trimestre e do ano de 2012, que vieram ambos abaixo das projeções de analistas.
Após o fechamento do pregão, saem os balanços financeiros de Pão de Açúcar e BM&FBovespa. Já os papéis da JBS devem repercutir a notícia de que seu escritório comercial na Bélgica teria vendido na Europa carne produzida pela empresa alemã Schypke, na qual teriam sido encontrados, por exame de DNA, traços de carne de cavalo.
Os investidores domésticos também estarão atentos ao comportamento do mercado futuro de juros e às eventuais apostas de alta na taxa básica (Selic) ainda neste primeiro semestre, que podem ser reforçadas (ou não) diante de declarações que a serem feitas pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, e outros diretores, em evento a partir das 10h30.
Para a equipe da SulAmérica Investimentos, chefiada pelo economista Newton Rosa, a expectativa de elevação dos juros básicos, a curto prazo, amplia o leque de fatores desfavoráveis à retomada da Bovespa. Com isso, a Bolsa brasileira deve ficar "andando de lado", tendo com principal driver os mercados internacionais.
No horário acima, em Wall Street, o futuro do S&P 500 voltava aos negócios com alta de 0,14%, à espera do único indicador previsto para o dia, sobre a confiança das construtoras, e programado para as 12 horas.
Na Europa, as principais bolsas europeias exibiam ganhos, ainda por volta das 10h05, amparadas pela melhora acima do esperado do índice ZEW de expectativas econômicas na Alemanha em fevereiro, que alcançou o maior nível desde abril de 2010.
O leilão bem-sucedido de bônus da Espanha, que vendeu a quantia máxima planejada em papéis de três e nove meses, também contribui para o avanço.