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Bovespa abre em alta sem mercado norte-americano

A agenda econômica esvaziada do dia se contrasta com a bateria de dados ao redor do mundo

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2012 às 11h29.

São Paulo - Apesar da ausência do principal mercado de referência, por causa do feriado nos Estados Unidos pelo Memorial Day, o sinal positivo vindo da Europa pode permitir que a Bovespa prolongue nesta segunda-feira o repique iniciado na última sexta-feira. Nesta reta final de mês, maio de 2012 não deve deixar saudades aos negócios locais e caminha para ser o pior mês dos anos 2000, superando, por enquanto, até o fatídico maio de 2006.

A agenda econômica esvaziada do dia se contrasta com a bateria de dados ao redor do mundo previstos até sexta-feira, mas as atenções seguem voltadas para os desdobramentos na Grécia e na Espanha. Por volta das 10h05, o Ibovespa subia 1,24%, retomando os 55 mil pontos, aos 55.139,52 pontos, na máxima.

A equipe de análise do BB Investimentos ressalta, em relatório, que apesar de poder apresentar algum repique pela proximidade do fim do mês nesta semana, "a tendência de baixa da Bolsa ainda apresenta maior probabilidade", o que exclui, portanto, qualquer tentativa de embelezamento de carteira (window dressing). Graficamente, o Ibovespa precisaria encontrar forças para ser negociado acima de 56,3 mil pontos.

Do contrário, a Bolsa, que já acumula perdas de 11,9% em maio até a última sexta-feira, na pior performance mensal desde outubro de 2008 (-24,8%), pode ter dificuldades para melhorar o desempenho nos quatro dias remanescentes deste mês.

Assim, conforme levantamento feito pela Economática, a pedido da Agência Estado, maio de 2012 pode ser o pior mês dos anos 2000, fazendo jus ao velho jargão "sell in may and go away (venda em maio e vá embora)". Por enquanto, o resultado deste mês está atrás até da desvalorização vista em maio de 2006 (-9,5%), quando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) surpreendia os mercados financeiros com um ciclo de aperto monetário mais intenso que o inicialmente esperado.

Mas os tempos mudaram e, enquanto os bancos centrais dos EUA e da China ainda avaliam medidas para estimular suas economias e o Comitê de Política Monetária (Copom) deve diminuir a dose no ritmo de reduções da taxa básica de juros, na sua próxima reunião, que começa na terça-feira e vai até a quarta-feira, as atenções seguem voltadas à zona do euro.

Por enquanto, a possibilidade de vitória do conservador Nova Democracia nas eleições gregas que acontecem no mês que vem, conforme apontaram pesquisas de intenção de voto no país no domingo, tranquiliza os negócios. "A expectativa maior de um desfecho ordenado para a crise da dívida da Grécia impulsiona os investidores", comenta o BB, no documento.

O setor financeiro brasileiro também merece atenção, após relatos na imprensa no fim de semana de que o Bradesco estaria próximo de fechar a compra das operações do Santander no Brasil, depois de o banco espanhol já ter desfeito de suas unidades no Chile e na Colômbia. Se confirmada, a operação içaria o Bradesco da terceira para a primeira posição no ranking de maiores bancos de varejo do País, ultrapassando, de uma só vez, o Itaú Unibanco e o Banco do Brasil.

Outro ponto de relevo por aqui é a aviação civil, diante de mais um movimento de consolidação do setor. A companhia aérea Azul deve anunciar hoje uma fusão com a regional Trip, se isolando como a terceira grande força da aviação brasileira.

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