Kadafi prometeu "transformar num inferno a vida" dos que atacarem seu país. Mas o cessar-fogo imediato na Líbia foi comemorada pelos investidores (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de março de 2011 às 10h32.
São Paulo - Em dia de agenda global fraca, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) é puxada pela melhora internacional, em meio aos esforços conjuntos para socorrer o Japão. Ao mesmo tempo, os agentes acompanham o desdobramento das tensões na Líbia, que sustenta o petróleo acima de US$ 100 o barril, adicionando combustível aos negócios locais, às vésperas do vencimento de opções sobre ações. Às 10h10 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) subia 1,01%, aos 66.885 pontos.
A recuperação iniciada ontem no exterior ganha força hoje, diante da ação contundente do G-7 para conter a apreciação do iene, na primeira atuação conjunta dos sete países mais ricos do mundo no mercado de câmbio desde 2000. Porém, nem mesmo o avanço do dólar reduz o fôlego do petróleo, diante da decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) de autorizar o uso de "todos os meios necessários" para proteger a população líbia.
O ditador Muamar Kadafi, por sua vez, prometeu "transformar num inferno a vida" dos que atacarem seu país. Mas a declaração de cessar-fogo imediato na Líbia, feita pelo ministro das relações exteriores, foi comemorada pelos investidores.
No Brasil, o vencimento de opções sobre ações na próxima segunda-feira movimenta as ações de primeira linha, sobretudo Petrobras e Vale. A opção é um contrato que confere ao portador o direito de compra ou venda de um ativo a um preço predeterminado. O vencimento de opções é a data de validade desses contratos. A partir do dia seguinte, o detentor da opção não pode mais exercê-la. Por isso, no dia de vencimento das opções e nos dias imediatamente anteriores, o movimento da Bolsa pode sofrer distorções, com os investidores atuando de forma tal que os preços das ações se aproximem daqueles valores que mais os favorecem quando a opção for exercida.
A decisão da China de elevar pela terceira vez este ano o compulsório bancário, em 0,50 ponto porcentual, para conter a escalada da inflação no país, pode ser um revés para as ações de siderúrgicas e mineradoras.