Ao anunciar um pacote para estimular a economia, Mantega afirmou que os investidores estrangeiros passam a ficar isentos de pagar IOF nas aplicações em bolsa no Brasil (Lailson Santos/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2011 às 10h33.
São Paulo - Era o que a Bovespa queria ouvir há tempos. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investidores estrangeiros caiu de 2% para zero, segundo anunciou hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Imediatamente após a divulgação, o índice Bovespa futuro, que sinalizava uma abertura apática do pregão, acelerou a alta para além de 3%, o que deve facilitar a caminhada do índice à vista rumo aos 60 mil pontos, em breve. O cenário internacional e agenda econômica dos EUA, contudo, continuam sendo monitorados. Às 11h11, o Ibovespa subia 1,94%, aos 57.976,39 pontos.
Para o economista da Legan Asset, Fausto Gouveia, a medida anunciada há pouco pelo governo brasileiro escancara a porta para a entrada dos investidores estrangeiros na renda variável brasileira. "Abre espaço para a volta dos 'gringos' e pode contribuir para o ingresso da pessoa física nacional também", acredita. Para ele, os preços das ações, que foram duramente castigadas ao longo de 2011, tornam-se ainda mais atrativos.
Mas o chefe da mesa de renda variável de uma corretora paulista mostra-se mais cético. "Por que não fizeram isso antes?", indaga. Ele lembra que a Bolsa ficou "largada" ao longo do ano - até novembro foram apenas três meses, de um total de 11, em que houve valorização do Ibovespa - e não vai ser agora que 2011 será salvo. "Não fizeram nada pela Bolsa até agora, mas, antes tarde do que nunca", reconhece.
Para ele, a reação à medida do governo anunciada nesta manhã pode não ter um efeito contínuo. "O 'gringo' não estava deixando de operar por causa do IOF. Não dá para saber, ainda, o quanto a retirada desse tributo pode representar para o mercado", diz, acrescentando que, em todo caso, a medida vai criar uma volatilidade adicional na Bolsa.
Durante o anúncio de um pacote de medidas para facilitar o crédito e estimular a economia, Mantega afirmou que os investidores estrangeiros passam a ficar isentos de pagar IOF nas aplicações em bolsa de valores no Brasil. Na compra de ações, esses investidores atualmente são taxados em 2% de IOF e, a partir de agora, pagarão zero de imposto.