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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em baixa hoje e demonstra uma maior disposição para realizar lucros, caminhando para o terceiro pregão seguido de baixa, num dia em que a aversão ao risco assume proporções maiores devido à preocupação com a Grécia. Os investidores temem que a Grécia não consiga cumprir suas obrigações de dívida diante da disparada nos custos de captação em meio a rumores de fuga de capital dos bancos. Às 10h11, o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,40%, aos 70.507 pontos, mas sem o mesmo nervosismo das bolsas europeias, que declinavam mais de 1%.
Os bônus gregos seguem sob forte ataque nesta quinta-feira, com o retorno ao investidor (yield) do título de 10 anos avançando 4,4 pontos porcentuais em relação ao bônus alemão - bund - e atingindo o maior nível desde o lançamento do euro, em 1999. E, para completar esse quadro negativo do dia, os dados semanais de pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos surpreenderam negativamente. Os pedidos cresceram 18 mil na última semana, contrariando previsão de queda de 1 mil.
O clima de aversão ao risco beneficia o dólar e o iene e, na outra ponta, leva a uma queda generalizada nas bolsas e nas commodities. Se as commodities aprofundarem as perdas ao longo do dia há o risco de o Ibovespa perder os 70 mil pontos. Outra bússola importante é o mercado de ações norte-americano, onde as expectativas agora se voltam para os dados de vendas das redes de varejo em março das lojas abertas há pelo menos um ano. Além disso, o mercado espera o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, sobre política monetária às 21h30.
No Brasil, os investidores acompanham a movimentação em torno das ações da Vale, que ontem subiram com a entrada de fluxo de capital estrangeiro. Com o petróleo em baixa, o mercado tende a relativizar a notícia de ontem à noite, após o fechamento, de que a Petrobras informou que nova perfuração na área de Tupi confirma o potencial de óleo leve nos reservatórios do pré-sal daquela área, localizada em águas ultraprofundas da Bacia de Santos. Em comunicado, a estatal informou que a descoberta foi comprovada através de amostragens de petróleo leve (cerca de 25° API) por teste a cabo, em reservatórios localizados em profundidades maiores do que as constatadas pelos poços perfurados anteriormente.