Mercados

Bolsas europeias fecham em forte baixa com petróleo e Grécia

"Mais uma vez, a Grécia ameaça ser a maçã podre do saco europeu", disse Gary Jenkins, estrategista-chefe de crédito da corretora LNG Capital

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 16h18.

São Paulo - As bolsas europeias fecharam o primeiro pregão da semana com forte recuo, em meio a incertezas sobre o futuro da Grécia na zona do euro, à queda pronunciada nos preços do petróleo - que afetam o desempenho das petrolíferas - e dados ruins sobre a inflação na Alemanha.

Londres foi a praça que teve a menor queda nesta segunda-feira, 5, entre as europeias, com o índice FTSE-100 fechando em baixa de 2,0%, aos 6.417,16 pontos.

Já em Atenas, o índice ASE caiu 5,6%, elevando as perdas nos últimos três meses a quase 25%, o pior desempenho da região, excluindo a Rússia.

"Mais uma vez, a Grécia ameaça ser a maçã podre do saco europeu", disse Gary Jenkins, estrategista-chefe de crédito da corretora LNG Capital.

Os temores sobre o futuro da Grécia crescem diante da manutenção da liderança do partido de oposição Syriza nas pesquisas eleitorais, assim como relatos publicados pela revista Der Spiegel de que o governo alemão não se opõe mais à saída da Grécia da zona do euro.

O governo alemão desmentiu a reportagem.

"Se a Alemanha forçar a Grécia para fora da zona do euro, ficará bastante claro aos eleitores italianos, espanhóis e portugueses o tamanho do custo de se votar em partidos eurocéticos", afirmou Charlie Robertson, economista-chefe da Renaissance Capital.

Ele advertiu, entretanto, que, se o governo alemão ceder ao Syriza, ele "vai encorajar os mesmos eleitores a optarem por partidos populistas que pregam o perdão das dívidas".

Outro motivo de tensão foi a queda nos preços do petróleo. O barril do Brent, que perdeu 49% de seu valor no último ano, era comercializado abaixo de US$ 55,00 por barril na ICE, o menor valor em cinco anos e meio.

Na Nymex, o contrato para fevereiro chegou a ser negociado abaixo dos US$ 50 por barril, a primeira vez desde 2009.

Para Nick Lawson, operador do Deutsche Bank, o preço do Brent pode agora "facilmente cair abaixo dos US$ 40,00 por barril".

Por fim, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na Alemanha ficou estável em dezembro, na comparação com novembro, e abaixo da previsão de alta de 0,2% esperada pelos analistas.

O resultado eleva os temores de que a inflação na zona do euro possa entrar em território negativo neste mês.

Em Londres, onde estão listadas muitas empresas de petróleo e gás, as ações da BP registraram recuo de 5,1%, enquanto as da Royal Dutch Shell (-4,8%) e Premier Oil (-7,0%) também tiveram fortes quedas.

Já em Paris, o índice CAC-40 fechou em queda de 3,3%, aos 4.111,36 pontos, com as ações da petrolífera Total (-6,0%), BNP Paribas (-4,9%) e Société Générale (-4,5%) entre os destaques.

O índice DAX também fechou o dia em baixa de 2,99%, aos 9.473,16 pontos.

As ações de empresas ligadas a petróleo e gás, como RWE, Basf e E.ON foram as grandes perdedoras do dia, com quedas acima de 4,0%.

Em Milão, o índice FTSE-MIB fechou na mínima, com queda de 4,92%, aos 18.188,44 pontos.

Em Madri, o índice IBEX-35 perdeu 3,45% e fechou aos 9.993,30 pontos, e em Lisboa o índice PSI-20 fechou em com recuo de 3,13%, aos 4.702,88 pontos.

Com informações da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:CACDAXFTSEIndicadores econômicosMercado financeiro

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney