Banco Central Europeu: o presidente do BCE, Mario Draghi, não indicou que conselho da instituição está ansioso para flexibilizar ainda mais a política monetária (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2014 às 15h18.
São Paulo - Os mercados de ações da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira, 6, depois que o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE) mantiveram suas políticas monetárias inalteradas, em linha com as expectativas de analistas.
Além disso, os investidores continuam a acompanhar os desdobramentos da crise na Ucrânia, com expectativas sobre empréstimos de emergência para o país do Leste Europeu e um resolução diplomática para a crise. Com isso, o índice Stoxx Europe 600 fechou em leve alta de 0,07%, aos 337,28 pontos.
O BCE manteve a taxa de refinanciamento - que é a taxa básica de juros da zona do euro - em 0,25% e a taxa de juros de depósitos permaneceu em zero.
Alguns economistas esperavam que o banco central cortasse as taxas ou revelasse outras medidas de flexibilização, como acabar com a esterilização do programa de compra de bônus.
Contudo, o presidente do BCE, Mario Draghi, não indicou que o conselho da instituição está ansioso para flexibilizar ainda mais a política monetária.
Após o anúncio do BCE, Draghi disse que informações recentes confirmam a recuperação moderada da economia da zona do euro, sinalizando que não houve necessidade para novas medidas de estímulo. Em meio a preocupações sobre a baixa inflação no bloco, Draghi afirmou que as últimas projeções
macroeconômicas do BCE sustentam expectativas anteriores de que a zona do euro passará por um longo período de inflação baixa, seguido por movimento gradual de alta da taxa de inflação para níveis mais próximos de 2%.
"No final, a reunião de política monetária de março do BCE pareceu um pouco decepcionante sem nenhuma medida nas taxas de juros ou na liquidez. E não há forte indício de que ele sente a necessidade de tomar ação tendo em vista como estão as coisas", disse Howard Archer, economista chefe do IHS global Insight para Reino Unido e Europa.
Este ponto de vista limitou o sentimento otimista no mercado de ações, que foi desencadeado há alguns dias pela amenização das ameaças de um conflito militar na Ucrânia, ainda que as tensões diplomáticas ainda estejam altas.
Hoje, o parlamento da Crimeia aprovou, por unanimidade, a incorporação da região ao território da Rússia, o que foi criticado por autoridades internacionais.
Por outro lado, há discussões nos EUA e na Europa sobre sanções contra a Rússia para conter possíveis planos de Moscou na Ucrânia e sobre pacotes de ajuda financeira para Kiev, o que poderá ajudar a aliviar as necessidades de financiamento do país.
Mais cedo, o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra manteve a taxa básica de juros em 0,5% e o programa de compra de ativos em 375 bilhões de libras, confirmando as expectativas de analistas. O BOE informou também que vai reinvestir os 8,1 bilhões de libras que receberá com o vencimento dos gilts para março de 2014, em linha com a decisão de manter o programa de compras de ativos no nível atual.
O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou em alta de 0,01%, aos 9.542,87 pontos, e o índice CAC 40, de Paris, subiu 0,59%, aos 4.417,04 pontos. Em Londres, o FTSE 100 encerrou em alta de
0,19%, aos 6.788,49 pontos. No noticiário corporativo, as ações do grupo francês Vivendi subiram 0,9% depois de a companhia anunciar que recebeu duas propostas de compra da operadora SFR. As ofertas foram feitas pelas companhias concorrentes Bouygues e Altice.
A dona da GVT no Brasil cogita vender a subsidiária SFR para continuar com a restruturação do grupo que tem aumentado a presença no segmento de mídia e conteúdo. Os valores envolvidos na transação chegariam perto da casa dos 15 bilhões de euros.
Em Milão, o índice FTSE-Mib fechou em alta de 0,39%, aos 20.838,05 pontos. Em Madri, o índice IBEX-35 fechou com ganho de 0,87%, aos 10304,00 pontos. Já em Portugal, o índice PSI20, de Lisboa, subiu 1,32%, para 7.515,12 pontos.