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Bolsas americanas caem após novas tarifas; Trump deve reforçar política protecionista em discurso

Dow Jones recua 1,55%, S&P 500 perde 1,22% e Nasdaq cede 0,35%; mercados reagem a retaliações globais e aguardam pronunciamento de Trump

Trump: tarifas entraram em vigor nesta terça-feira  (Divulgação / Getty Images)

Trump: tarifas entraram em vigor nesta terça-feira (Divulgação / Getty Images)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 4 de março de 2025 às 11h58.

Última atualização em 4 de março de 2025 às 19h04.

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As bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam em queda nesta terça-feira, 4, pressionadas pela entrada em vigor de novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump a Canadá, México e China. A medida gerou retaliações desses países e ampliou temores de uma guerra comercial prolongada.

O índice Dow Jones caiu 647 pontos, ou 1,55%, a 42.520,99 pontos. O S&P 500 recuou 1,22%, para 5.778,15 pontos, enquanto o Nasdaq perdeu 0,35%, fechando a 18.285,16 pontos.

A desvalorização ocorre um dia após uma forte liquidação em Wall Street. Na segunda-feira, o S&P 500 registrou sua maior queda diária desde dezembro, recuando 1,8%, enquanto o Nasdaq desvalorizou 2,6%, se aproximando do território de correção, definido como uma queda de 10% em relação a uma máxima recente.

Segundo a Bloomberg, o S&P 500 apagou o rali pós-eleição de US$ 3,4 trilhões. O índice voltou ao mesmo nível registrado no dia das eleições presidenciais dos EUA, há quatro meses.

Retaliação global pressiona mercados

As novas tarifas incluem uma taxa de 25% sobre produtos do Canadá e do México e um adicional de 10% sobre bens chineses. Em resposta, Pequim impôs tarifas de até 15% sobre produtos americanos. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, confirmou uma taxa de 25% sobre bens dos EUA, enquanto a presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou medidas retaliatórias ainda não detalhadas.

Setores afetados e impacto nas ações

O setor automotivo foi um dos mais impactados. As ações da GM e da Ford caíram 3% e 2%, respectivamente, ampliando perdas acumuladas no ano. A rede de restaurantes Chipotle, que depende de abacates importados do México, recuou mais de 2%.

O setor de tecnologia também sofreu. As ações da Nvidia caíram mais de 2% no pré-mercado, acumulando uma desvalorização de 12% na última semana e cerca de 15% no ano. A empresa enfrenta incertezas sobre seu crescimento após dois anos de forte valorização impulsionada pela inteligência artificial.

A liquidação da véspera levou o S&P 500 ao campo negativo em 2025, refletindo a frustração dos investidores com a imposição das tarifas. O mercado ampliou as perdas após Trump confirmar a medida, frustrando expectativas de um acordo de última hora.

Trump fará discurso no Congresso e deve reforçar política protecionista

Donald Trump, presidente americano, fará um discurso no Congresso na noite desta terça-feira, 4. O pronunciamento deve reforçar sua política America First, que inclui a reformulação do governo federal, a imposição de tarifas protecionistas e a redefinição do apoio dos EUA à Ucrânia.

Segundo informações da agência Reuters, Trump pretende anunciar a formalização de um acordo de minerais estratégicos com a Ucrânia. No entanto, fontes ouvidas pela agência afirmam que o documento ainda não foi assinado e que a situação pode mudar até o discurso. A decisão ocorre após uma reunião tensa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, realizada na semana passada no Salão Oval.

Além do anúncio, Trump defenderá sua política de tarifas comerciais, que impôs custos elevados a Canadá, México e China. As medidas já provocaram retaliações e preocupam empresários e políticos, mas o presidente insistirá que são essenciais para proteger a economia americana.

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