Painel da Nasdaq na Time Square, Nova York: índice avançou 33,41 pontos (0,89%), terminando a sessão a 3.807,75 pontos (GettyImages)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2013 às 18h19.
Nova York - As Bolsas de Nova York fecharam em alta nesta sexta-feira, 04, com o otimismo dos investidores diante de pequenos sinais de progresso para acabar com a paralisação parcial do governo, que já dura quatro dias. A semana, porém, foi de perdas no mercado acionário norte-americano
O índice Dow Jones ganhou 76,10 pontos (0,51%), fechando a 15.072,58 pontos e perdendo 1,22% na semana. O S&P 500 teve alta de 11,84 pontos (0,71%), encerrando a 1.690,50 pontos. Na semana, a desvalorização foi de 0,07%. Já o Nasdaq avançou 33,41 pontos (0,89%), terminando a sessão a 3.807,75 pontos. O índice foi o único a ganhar na semana, subindo 0,69%.
As Bolsas chegaram a cair com mais força nesta semana, com preocupações relacionadas ao tempo de duração da paralisação e como poderia prejudicar as negociações para elevar o teto da dívida. No entanto, o mercado vem reagindo com relativa tranquilidade diante da aproximação de prazos importantes para a economia.
"Esse tipo de volatilidade será a norma por enquanto", disse Matthew Cheslock, trader da Virtu Financial. "Alguns apostam que algo deva ocorrer no fim de semana."
Relatos da imprensa e de fontes apontaram que os republicanos avaliam desviar o foco das negociações, deixando de lado a exclusão da reforma da saúde (Obamacare), que tem sido o elemento central das disputas orçamentárias, em busca de um acordo mais amplo que inclua a elevação do teto da dívida em troca de medidas para reduzir o déficit. O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, disse a um grupo de aliados próximos que não quer negociar um acordo para financiar as agências federais e reabrir o governo para depois enfrentar uma negociação imediata sobre o teto da dívida, segundo participantes da reunião.
Além disso, os democratas da Câmara definiram um plano nesta sexta-feira para forçar uma votação e reabrir o governo federal sem condições atreladas. Os parlamentares podem usar uma petição para passar por cima dos líderes da Câmara e levar o projeto ao plenário para apreciação desde que consigam apoio da maioria simples. Os democratas têm 200 das 432 cadeiras da Câmara, o que significa que precisarão do apoio de pelo menos 17 republicanos.
À tarde, duas autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) fizeram comentários sobre política monetária. O presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, disse que o fechamento parcial do governo dos EUA poderá causar atrasos nas avaliações do Fed sobre a economia norte-americana, mas não dá para saber se poderá levar o Fed a adiar sua decisão sobre quando começar a reduzir o programa de compras de bônus. Ele frisou também que existem "limites significativos" para o poder da política monetária.
Já o presidente do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, foi na direção contrária e disse que o Fed deve fazer o que puder para levar a taxa de desemprego a cair rapidamente, repetindo seus discursos anteriores. Nenhum dos dois tem poder de voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano.
No âmbito corporativo, o setor de tecnologia ganhou força com a notícia de que o Twitter entrou com a documentação formal para a aguardada oferta inicial pública de ações da companhia. O Facebook fechou em alta de 3,78% após anunciar que começará a colocar anúncios no aplicativo de compartilhamento de fotos Instagram.
Na Europa, as Bolsas também fecharam em alta, com investidores evitando irem vendidos para o fim de semana, em meio a sinais de que o Congresso dos EUA possa chegar a alguma espécie de acordo nos próximos dias para reverter a paralisação do governo. A Bolsa de Milão (+1,59%) liderou os ganhos em meio à votação da comissão do Senado italiano pela cassação do ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi, recentemente condenado à prisão por fraude fiscal. A Bolsa de Londres encerrou com ganho de 0,08%, Frankfurt subiu 0,29% e Madri avançou 1,35%.