Bolsa de Milão: a maior alta do pregão entre as bolsas da Europa foi registrada em Milão, com o índice FTSEMIB fechando na máxima (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2013 às 14h58.
São Paulo - Um dia antes do começo da reunião do Federal Reserve, que pode decidir o futuro da política de estímulos dos Estados Unidos, os mercados europeus deixaram a cautela de lado e fecharam em terreno positivo.
Os dados melhores que o esperado da economia da região, especialmente no setor industrial, ajudaram a impulsionar o ânimo dos negócios. Nem mesmo os números negativos da indústria da China tiveram forças para diminuir os ganhos do pregão desta segunda-feira, 16.O índice Stoxx Euro 600 fechou em alta de 1,3%, aos 313,64 pontos.
A última série de índices de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do ano começou com resultados negativos, vindos da China. O indicador industrial preliminar do gigante asiático recuou de 50,8 em novembro para 50,1 em dezembro.
A pesquisa PMI é considerada um importante dado antecedente da economia porque sinaliza a velocidade da atividade. A desaceleração registrada na China, portanto, frustra um pouco os analistas, que esperavam melhora do indicador diante dos sinais de recuperação nos Estados Unidos e na própria China.
Na Europa, contudo, os resultados foram motivo para comemoração e geraram um otimismo no mercado de ações. O PMI composto - que inclui o setor industrial e de serviços - da zona do euro subiu 51,8 em novembro para 52,1 em dezembro, acima da expectativa de 52,0 e com o melhor patamar em três meses.
O dado que mede apenas a atividade da indústria teve desempenho melhor: subiu de 51,6 para 52,7 - melhor pontuação em 31 meses. O PMI industrial da Alemanha surpreendeu e subiu para 54,2 em dezembro, de 52,7 no último mês, acima da projeção de 53,0. A França, por outro lado, destoou, com os PMIs composto e industrial abaixo de 50. Leituras abaixo de 50 sugerem contração da atividade, enquanto os números acima deste nível marcam expansão.
A grande expectativa da semana está concentrada para terça e na quarta-feira. O FED decide no dia 18 se começa ou não a reduzir os estímulos monetários adotados após a crise de 2008. O mercado ainda está dividido se a decisão sobre a retirada da compra de bônus pode começar ainda em dezembro ou se ficará para os primeiros encontros do banco central norte-americano em 2014.
A maior alta do pregão entre as bolsas da região foi registrada em Milão, com o índice FTSEMIB fechando na máxima, em alta de 2,34%, aos 18.222,42 pontos.
As ações da Telecom Itália impulsionaram os ganhos e subiram 5,06%, após a gestora de fundos de investimentos BlackRock elevar sua participação na operadora italiana a 10,1%.
Em Paris, a bolsa encerrou com alta de 1,48%, aos 4.119,88 pontos. As ações de companhias industriais, como a Lafarge e a Saint-Gobain subiram 2,9% e 3,1%, respectivamente. Outro destaque positivo foram os papéis do Carrefour, que ganharam 1,93% depois que a rede varejista anunciou a aquisição de 127 shopping center na França, Espanha e Itália por 2 bilhões de euros, além de planejar a criação de uma nova empresa para gerir grandes centros de compra na Europa.
Na Alemanha, a Bolsa de Frankfurt subiu 1,78%, aos 9.163,56 pontos, impulsionada pelos resultados preliminares do PMI alemão.
O índice IBEX35, de Madri, teve ganhos de 1,7%, aos 9.429,5 pontos. Entre os indicadores locais, o destaque foi para os preços de moradias na Espanha, que subiram 0,7% no terceiro trimestre ante o segundo, registrando a primeira alta trimestral desde o segundo trimestre de 2010. No mercado corporativo, os bancos foram destaque.
Em Londres, o índice FTSE fechou com alta de 1,28%, aos 6.522,20 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI20 encerrou a sessão com ganhos de 0,74%, aos 6.396,13 pontos.
Durante a tarde, a bolsa portuguesa ganhou mais força e chegou a atingir o maior nível da sessão após declarações do vice-premiê de Portugal, Paulo Portas, sobre o programa de resgate do país. Segundo Portas, a avaliação da Troica sobre a economia portuguesa foi positiva.
Com informações da Dow Jones Newswires.