Xangai Composto: o principal índice acionário chinês terminou o dia com perda de 3,2%, a 2.880,48 pontos (REUTERS/Stringer)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2016 às 06h05.
São Paulo - As bolsas chinesas encerraram os negócios desta quinta-feira em forte baixa, revertendo ganhos de mais cedo, em meio ao sentimento negativo que prevalece na Ásia diante de preocupações com o crescimento da economia mundial e a tendência de fraqueza do petróleo.
Na primeira parte da sessão, as ações na China chegaram a operar em território positivo, com os investidores aliviados pela iniciativa do PBoC, como é conhecido o banco central chinês, de fazer agressivas injeções de liquidez no sistema financeiro.
Apenas nas operações de mercado aberto, na terça-feira e hoje, o PBoC fez uma injeção líquida de capital de 315 bilhões de iuanes (US$ 48 bilhões) no sistema, a maior desde janeiro de 2012, com o objetivo de prover recursos antes do feriado do ano-novo lunar, que dura uma semana e começa no dia 7 de fevereiro.
Ao longo da semana, o PBoC fez outras injeções de liquidez no sistema bancário, a maior delas no valor de 600 bilhões de iuanes.
Nos negócios da tarde, porém, o mau humor dominou os mercados chineses, que voltaram para o vermelho e ampliaram perdas na última hora do pregão.
O Xangai Composto, principal índice acionário chinês, terminou o dia com perda de 3,2%, a 2.880,48 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, de menor abrangência, teve queda ainda mais expressiva, de 4%, a 1.800,99 pontos.
Corretoras e bancos foram destaque de baixa em Xangai: Citic Securities caiu 4,17%, Bank of China recuou 1,15% e China Construction Bank cedeu 1,18%.
Mais de 2.700 ações se desvalorizaram hoje em Xangai e Shenzhen, sendo que 91 delas atingiram a queda diária máxima permitida de 10%.
Segundo analistas, o fraco desempenho da Bolsa de Hong Kong, que caía em torno de 1,8% pouco antes do fechamento, também contribuiu para o tombo das ações na China continental.
Os analistas também avaliam que, embora o PBoC esteja agindo para prover liquidez, as recentes injeções no sistema financeiro praticamente inviabilizam a possibilidade de um novo corte nos compulsórios bancários antes do feriado do ano-novo lunar.
Além disso, os investidores continuam preocupados com novas ofertas públicas iniciais (IPOs) de ações, cujo lançamento foi autorizado esta semana pelo regulador de valores mobiliários da China.