Repórter
Publicado em 8 de abril de 2025 às 06h00.
Na manhã desta terça-feira, 8, os mercados asiáticos mostraram sinais de recuperação após um dia de perdas acentuadas, impulsionados pela política de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os investidores reagiram a atualizações frequentes sobre a estratégia de tarifas dos EUA, que provocaram um dia repleto de volatilidade nos mercados globais.
Na Ásia-Pacífico, os índices registraram ganhos significativos após as quedas da véspera. O índice australiano S&P/ASX 200 subiu 2,27%, encerrando o dia em 7.510 pontos.
No Japão, o Nikkei 225 disparou 6,03%, fechando em 33.012,58 pontos, enquanto o Topix registrou uma alta de 6,26%, alcançando 2.432,02 pontos.
Na Coreia do Sul, o Kospi teve uma leve recuperação de 0,26%, encerrando o dia em 2.334,23 pontos. Já o índice de small caps Kosdaq teve um avanço de 1,1%, fechando a 658,45 pontos.
Em Hong Kong, o Hang Seng Index subiu 1,51%, encerrando em 20.127,68 pontos, e o Hang Seng Tech Index se destacou com uma alta expressiva de 4,49%.
A Bolsa da China continental também seguiu o movimento positivo, com o CSI 300 avançando 1,71%, a 3.650,76 pontos, enquanto a Indonésia sofreu perdas, com o índice Jakarta Composite caindo 7,87% após a retomada das negociações, após uma pausa devido ao "circuit breaker".
O Vietnã também viu perdas com o seu índice de referência caindo 6,48%, e a Tailândia viu seu índice SET alcançar o menor nível desde março de 2020.
Já na Europa, os mercados começaram o dia com otimismo. O índice regional Stoxx 600 registrou uma alta de aproximadamente 1,4% até as 9h52 em Londres, recuperando parte das perdas acumuladas na última semana.
A recuperação foi vista em quase todos os setores e bolsas de valores, incluindo o índice FTSE 100 do Reino Unido, o DAX da Alemanha e o CAC 40 da França, que haviam fechado com perdas acentuadas no dia anterior.
A terça-feira, até agora, tem sido marcada pela inversão de tendência após quatro dias de queda consecutivos.
O Stoxx 600 havia fechado a segunda-feira com uma baixa de 4,5%, marcando seu pior fechamento desde janeiro de 2024. As ações de grandes índices europeus como o FTSE 100, DAX e CAC 40 também experimentaram quedas significativas, refletindo a pressão sobre os mercados devido ao agravamento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros internacionais, principalmente a China.
O otimismo nas bolsas europeias veio após declarações de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que anunciou que a União Europeia havia proposto uma oferta de "tarifas zero para zero" para produtos industriais a Donald Trump, na tentativa de evitar uma escalada das tarifas. No entanto, Trump rejeitou a proposta, intensificando ainda mais as especulações sobre uma guerra comercial prolongada.
Enquanto isso, os futuros de ações nos Estados Unidos também apresentaram alta, após o S&P 500 registrar uma terceira queda consecutiva na segunda-feira, ampliando as perdas nos mercados de Wall Street.
O clima de incerteza continua a dominar as discussões econômicas globais, com muitos investidores acompanhando atentamente as negociações entre os EUA e a China, aguardando novas reações das autoridades internacionais diante das ameaças de Trump.
O ambiente de incerteza global foi agravado pelos desenvolvimentos relacionados às tarifas impostas por Trump.
Na segunda-feira, 7 de abril, o presidente dos EUA ameaçou aumentar as tarifas sobre produtos chineses em 50%, caso Pequim não retirasse as tarifas retaliatórias sobre produtos americanos.
A reação da China foi imediata, com o Ministério do Comércio chinês afirmando que "se opõe resolutamente" à ameaça de Trump e prometendo tomar contramedidas para proteger seus próprios interesses.