Mercados

Bolsas americanas normalmente sobem após furacões

Ações de seguradoras devem ser as mais afetadas, enquanto construtoras podem levar vantagem


	Prejuízos do furacão Sandy nos EUA devem passar de 35 bilhões de dólares 
 (REUTERS)

Prejuízos do furacão Sandy nos EUA devem passar de 35 bilhões de dólares  (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2012 às 16h51.

São Paulo - Junto com os temores da devastação que deve acompanhar a chegada do furacão Sandy à Nova York, vem também a expectativa pela reação das bolsas de Wall Street. Segundo o chefe estrategista de ações da Standard & Poor’s, Sam Stovall, em geral as ações sobem após grandes tempestades como a que se aproxima. 

Em entrevista ao site americano CNBC, ele explicou que dos 13 piores furacões da história americana, apenas Ike que atingiu o país no auge da crise em 2008, e Hugo, em 1989, foram seguidos por ações sendo negociadas no negativo nos 6 meses posteriores. Na média, os ganhos nas bolsas após as tempestades estão em cerca de 6%.

“As ações estão mais suscetíveis a eventos globais de grande alcance do que a desastres naturais localizados”, explica Stovall. 

O setor de seguradoras é apontado como o mais afetado. Estima-se que as empresas terão de lidar com pedidos de sinistros no valor de 5 milhões de dólares. Hoje, as ações de seguradoras negociadas na Europa já operaram em baixa

A perda, no entanto, deve ser momentânea. Quando o furacão Irene atingiu os EUA em agosto de 2011, as ações de seguradoras chegaram a cair 8%, mas depois se recuperaram quando os investidores perceberam que as empresas poderiam lidar com os prejuízos causados pela tempestade. 

No outro lado, a chegada de Sandy pode ser positiva para as ações de empresas de equipamentos de melhorias para casa, como Home Depot e Lowe’s. Construtoras como Toll Brothers, DR Horton e Hovnaniam também devem se beneficiar da demanda por reconstrução. 


O economista da Universidade de Maryland, Peter Morici, estima que os prejuízos totais causados pelo furacão Sandy devem chegar a, no mínimo, 35 bilhões de dólares – sendo que a maior parte será compensada com os benefícios econômicos da reconstrução. 

Bolsas de Wall Street fechadas

Os mercados de ações e opções dos Estados Unidos ficaram fechados nesta segunda-feira e provavelmente amanhã também estarão devido à chegada do Furacão Sandy à região de Nova York. Segundo a Administração Nacional Atmosférica e Oceânica, a tempestade pode ser a maior que já atingiu os Estados Unidos. 

A NYSE, empresa dona da Bolsa de Valores de Nova York, inicialmente informou que somente o pregão físico seria paralisado, mas que o eletrônico iria funcionar. Mas na noite de ontem soltou outro comunicado informando que as transações eletrônicas também seriam interrompidas hoje. Hoje, a NYSE comunicou que amanhã as negociações física e eletrônica continuam fechadas. 

É a primeira vez desde os atentados de 11 de setembro de 2001 que as bolsas americanas não ficavam fechada de forma não programada por tanto tempo seguido. Segundo a NYSE, a última vez que seu pregão físico foi suspenso foi em setembro de 1985, quando o furacão Gloria passou pela cidade. 

A negociação de títulos também permanecerá fechada na terça-feira, seguindo recomendação da Indústria de Valores Mobiliários e Associação do Mercado Financeiro. 

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresConstrutorasEstados Unidos (EUA)FinançasFuracão SandyFuracõesMercado financeiroNyse EuronextPaíses ricosPar CorretoraSeguradoras

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney