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Bolsa volta aos 104 mil pontos pela 1ª vez desde julho

Ajudado por Vale, Petrobras e bancos, índice avançou 0,89% nesta quinta-feira

Ibovespa (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 12 de setembro de 2019 às 17h39.

Última atualização em 12 de setembro de 2019 às 18h12.

O incentivo para a bolsa brasileira voltar a se aproximar do recorde visto há dois meses está vindo de fora. Como nos últimos dias, boas notícias do exterior ajudaram o principal índice da B3 a acelerar de volta aos 104 mil pontos. Nesta quinta-feira (12), o Ibovespa subiu 0,89%, puxado pelo bom desempenho de Vale, Petrobras e bancos.

A bolsa paulista não ultrapassava os 104 mil pontos desde meados de julho, quando chegou a bater o recorde nominal dos 106 mil pontos com a reforma da Previdência. Agora, é o cenário externo que vem ditando o humor dos investidores no cenário local.

Alívio da China e BCE agradaram investidores

A aposta num entendimento entre EUA e China cresceu após os dois lados fazerem concessões antes de negociações na próxima semana, com o presidente dos EUA, Donald Trump, adiando por duas semanas um aumento nas tarifas sobre produtos chineses, após a China isentar alguns medicamentos e outros produtos dos EUA de cobranças de tarifas.

"Chegou-se mesmo a cogitar a possibilidade de um acordo limitado que poderia até remover tarifas. A China viu isso com satisfação e já tinha demonstrado interesse em compra mais de agricultores americanos", apontou em nota o economista-chefe da Modalmais, Álvaro Bandeira.

No entanto, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, moderou o otimismo, dizendo à CNBC que Trump está preparado para manter ou até aumentar tarifas sobre as importações chinesas.

Na Europa, o BCE agradou os investidores ao anunciar uma série de medidas de estímulos para tentar frear a desaceleração econômica. O órgão reduziu sua taxa de depósito para um recorde de -0,5%, ante -0,4%, e anunciou que reiniciará as compras de títulos a um ritmo de 20 bilhões de euros por mês a partir de novembro, entre outras medidas.

Segundo Adriano Cantreva, sócio da Portofino Investimento, as notícias trouxeram alívio aos mercados, apoiando a procura por ativos de risco, influenciando a bolsa paulista.

O dólar enfraqueceu no mundo todo e cedeu 0,11% frente ao real, a 4,0599 reais. Na mínima da sessão, chegou a tocar 4,0273 reais Em Wall Street, o S&P 500 avançou 0,29%, perto de sua máxima histórica.

Operadoras e a nova Lei das Teles 

Na véspera, o Senado Federal aprovou o projeto que altera a Lei Geral das Telecomunicações, de 1997. A mudança permite que as companhias do setor migrem do regime de concessão para o de autorização. A maior beneficiada seria a Oi, que teria uma abertura para recuperar sua delicada saúde financeira.

No entanto, os papéis fecharam em queda de 3,31%, após oscilarem entre altas e baixas e chegarem a entrar em leilão na abertura dos negócios. Já as ações da Telefônica Brasil e Tim subiram 0,28% e 2,53%, respectivamente, repercutindo o otimismo com o marco legal.

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A mineradora Vale subiu 3,63%, em meio à alta do minério de ferro na China. A companhia também anunciou oferta para aquisição de até 1 bilhão de dólares em valor agregado de principal em bonds com vencimento em 2022, 2026, 2032, 2034, 2036 e 2039.

A fabricante de aeronaves Embraer avançou 4,4%. A companhia lançou o novo jato comercial E195-E2. O UBS também elevou a recomendação para os ADRs da companhia para 'compra'. A aérea Azul valorizou 5,39%, tendo como pano de fundo o lançamento dos jatos da Embraer, que a empresa começará a usar em outubro em voos entre Campinas e Brasília.

A varejista de moda Lojas Renner caiu 1,41%, após o pedido de autorização para a oferta inicial de ações da rival C&A.

Agenda de amanhã

Nesta sexta (13), o Banco Central divulga sua prévia do PIB pelo IBC-Br de julho. Nos Estados Unidos, o índice de preço dos importados de agosto e as vendas no varejo de julho estarão no radar do mercado.

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