Bovespa abre com novos temores de uma crise global (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2011 às 10h28.
São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em baixa, diante das fortes perdas verificadas nos mercados acionários norte-americano e europeus nesta manhã. Os dados fracos sobre as economias da zona do euro no segundo trimestre deste ano mostram que não é apenas a periferia da região que patina, reacendendo o temor de uma recessão global - o que derruba o preço das commodities (matérias-primas). Por outro lado, os dados a serem anunciados nos Estados Unidos também são relevantes e podem intensificar ou atenuar a direção dos negócios locais. Às 10h11, o índice Bovespa (Ibovespa) caía 1,46%, aos 53.853 mil pontos.
"A Bolsa está com cara de que vai devolver parte das altas recentes", avalia o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, referindo-se ao avanço de 12,3% acumulado pelo Ibovespa entre a última terça-feira e ontem. Para ele, "ao pé da letra" o pessimismo dos investidores quanto a uma perda de tração da atividade mundial se traduz em "zona do euro".
Os números do Produto Interno Bruto (PIB) dos países europeus entre abril e junho de 2011 mostraram que a recuperação econômica no Velho Continente congelou-se também no coração da zona do euro. França e Alemanha deixaram para trás um crescimento de cerca de 1% nos três primeiros meses do ano e caminharam rumo à estagnação no trimestre passado. Como um todo, o PIB da zona da moeda única cresceu apenas 0,2%, abaixo das estimativas (de alta de 0,3%) e do resultado no trimestre imediatamente anterior (de alta de 0,8%). Em meio à deterioração das perspectivas de crescimento da zona do euro, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, reúnem-se hoje em Paris. "A perda acelerada de velocidade das maiores economias europeias gera pessimismo nos negócios", comenta Galdi.
Dos EUA, veio mais uma rodada de indicadores econômicos divergentes. O índice de preços das importações em julho subiu 0,3% em relação a junho, ante previsão de estabilidade, sendo que os preços das compras feitas no exterior pelo país registraram a maior alta anual desde agosto de 2008, de 14% no mês passado. Já a construção de moradias iniciadas nos EUA caiu menos que o esperado, em -1,5% em julho, de uma estimativa de -4,6%.
Ainda nesta manhã nos EUA,o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) publica a produção industrial do país em julho e a taxa de utilização da capacidade. Por aqui, os investidores reagem à última colheita da safra de balanços domésticos, com as atenções voltadas para as ações de Petrobras, Oi, Cosan e Lojas Renner. Vale lembrar ainda que amanhã é dia de vencimento de índice futuro do Ibovespa e de opções sobre o índice, o pode segurar ou puxar os negócios no mercado à vista.