B3: a reforma da Previdência deve permitir que o Banco Central reduza a taxa básica de juros para abaixo dos atuais 6,5% (Germano Lüders/Exame)
Karla Mamona
Publicado em 15 de julho de 2019 às 15h01.
Última atualização em 15 de julho de 2019 às 15h01.
(Bloomberg) -- As ações brasileiras ampliaram o ganho acumulado no ano para cerca de 20% com a renovação do otimismo de que o país finalmente avançará com a reforma do seu sistema previdenciário. Mas o rali que levou a bolsa a novas máximas históricas ainda pode ter fôlego extra.
O Ibovespa pode subir 11% dos níveis atuais para cerca de 115.000 pontos até o final de 2019, de acordo com a mediana das projeções de 10 estrategistas consultados pela Bloomberg. As estimativas variam de 105.000 a 123.000 pontos, o que implica uma alta de até 18%. Isso marcaria o quarto ano seguido de ganhos de dois dígitos para as ações brasileiras.
A reforma da Previdência deve permitir que o Banco Central reduza a taxa básica de juros para abaixo dos atuais 6,5%, estimulando a entrada de mais recursos no mercado acionário local, segundo os estrategistas. Enquanto a curva de juros precifica um ciclo de flexibilização monetária de 108 pontos-base até o final do ano, alguns dos gestores de recursos e economistas do país veem a taxa Selic chegar a 5% ainda neste ano.
“Uma forte âncora fiscal provavelmente abrirá espaço para cortes mais profundos na taxa de juros”, escreveram analistas do Bradesco BBI liderados por André Carvalho em um relatório de 10 de julho, no qual eles elevaram sua projeção para o Ibovespa de 116.000 pontos para 122.000. “O juro menor deve ajudar a impulsionar o mercado de capitais e as atividades de fusões e aquisições, além de reduzir as despesas financeiras”, disse Carvalho.
O Bank of America reiterou sua recomendação overweight para ações brasileiras em sua carteira para América Latina, vendo o Ibovespa em 120.000 pontos no final deste ano. "O fluxo para ações deve continuar sustentando o mercado", escreveu o estrategista de ações para América Latina do BofA, David Beker, em nota.
Espera-se também que a reforma da Previdência abra espaço para uma recuperação há muito tempo esperada da economia brasileira. Desde o início do ano, os economistas têm reduzido suas estimativas para o Produto Interno Bruto em 2019, já que as dúvidas sobre as perspectivas fiscais do país mantiveram os investimentos em compasso de espera.
Veja uma lista das principais escolhas dos estrategistas no Brasil:
Banco do Brasil, Itaú Unibanco, B3, CVC, Lojas Renner, Energisa, Sabesp, Vale, Gerdau e Petrobras
Petrobras, Localiza, Bradesco, Lojas Renner, Rumo, Cosan, Oi, Ambev, JBS e Totvs
Banco do Brasil, Bradesco, Cyrela, Copasa, Kroton, Rumo, Petrobras, Multiplan, Vale e Azul
Bradesco, IRB, GPA, Vale, Petrobras, Rumo, Randon e Cyrela
Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, B3, GPA, Localiza, Vale, Bradespar, CSN, BR Distribuidora, Telefônica, Rumo, Energisa e EZ Tec