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Bolsa pode ganhar nova tração após eleições, diz gestora com R$ 40 bi sob gestão

ARX Investimentos vê desconto "muito grande" no preço das ações e acredita em possível reação positiva no mercado após resultado

Alexandre SantAnna: gestor de ações da ARX Investimentos (ARX Investimentos/Divulgação)

Alexandre SantAnna: gestor de ações da ARX Investimentos (ARX Investimentos/Divulgação)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de setembro de 2022 às 06h35.

Última atualização em 29 de setembro de 2022 às 09h45.

A ARX Investimentos, uma das maiores gestoras do país com R$ 40 bilhões sob gestão, acredita que o fim do período eleitoral pode representar um gatilho importante para a alta da bolsa brasileira. Seu principal fundo de ações, o ARX Income fechou agosto com rentabilidade acumulada de 6.682% desde seu início, em 1999. O Ibovespa subiu 841% no período.

"Por mais que exista a visão consensual de que os dois principais candidatos não farão nenhuma aventura econômica, a eleição presidencial sempre gera risco", afirmou Alexandre SantAnna, gestor de ações da ARX Investimentos em entrevista à Exame Invest.

SantAnna se diz mais otimista que pessimista com a bolsa local, avaliando o nível de preços das ações. "A gente acha que tem um desconto muito grande, dado o cenário relativo do Brasil e das próprias empresas."

Mas incertezas eleitorais, segundo ele, têm limitado os preços dos ativos brasileiros, apesar de recentes sinais positivos da economia local, como a melhora das perspectivas de crescimento e de inflação e o fim do ciclo de alta de juros.

"Podemos ver um 'start' da bolsa brasileira quando ficar claro que os juros começarão a cair. Mas isso pode acontecer ainda antes, talvez quando passar a eleição e o mercado já souber quem será o novo presidente. Isso já tira o risco da conta. Esses dois catalisadores podem servir como fatores de impulsão", afirmou.

A previsão de SantAnna é de que os juros brasileiros comecem a cair a partir da metade do ano que vem, indo na direção contrária dos principais bancos centrais do mundo.

Entre os setores mais descontados na visão do gestor estão os de saúde, distribuição de combustível e e-commerce. "A atividade econômica tem surpreendido para cima no Brasil, o que beneficia empresas mais ligadas ao consumo."

Embora veja um grande espaço de valorização na bolsa brasileira, SantAnna alerta que o cenário positivo só deverá se concretizar "se não houver uma forte recessão no exterior".

"É muito difícil falar em cenário hoje. Ninguém sabe até onde o juro vai subir nos Estados Unidos, há uma guerra na Europa e a China está em desaceleração", recordou. Tais incertezas têm provocado perdas significativas no mercado internacional, com índice de Nova York indo à mínima desde 2020 e o dólar chegando a quebrar recordes frente à libra esterlina e ao yuan chinês nesta semana. 

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