São Paulo - O Ibovespa acelerou a alta no fim do pregão e encerrou acima de 68.000 pontos pela primeira vez desde abril, após indicadores mostrarem crescimento nas vendas no varejo nos Estados Unidos e depois que o banco central americano elevou suas estimativas para a economia.

O dólar virou para queda na última hora de negócios, após o fechamento do mercado de ações e depois de ter passado o dia em alta. Os juros futuros avançaram nos contratos mais negociados, com os sinais de retomada da economia global podendo diminuir o espaço para cortes da taxa básica.

Internacional: Bolsas americanas sobem antes e após Fed

As bolsas americanas começaram o dia em alta após indicadores mostrarem aumento nas vendas do varejo na maior economia do mundo e a melhora do sentimento dos investidores na Alemanha. A alta se manteve após o banco central dos Estados Unidos dizer que o mercado de trabalho teve melhoras. A Nasdaq fechou na maior pontuação desde novembro de 2000.

As vendas no varejo nos EUA subiram 1,1 por cento em fevereiro, em linha com as estimativas dos analistas, no maior aumento em cinco meses. Na Alemanha, o índice ZEW de confiança do investidor subiu de 5,4 em fevereiro para 22,3 em março, mais que o dobro da mediana das estimativas em pesquisa Bloomberg.

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O comentário do Federal Reserve sobre o mercado de trabalho foi feito após a reunião do seu Comitê de Mercado Aberto, que terminou na tarde de hoje. O Fed disse ainda que a reação do mercado de trabalho inibe a necessidade de novas ações para reduzir os custos do crédito.

Bolsa: Ibovespa interrompe sequência de quedas com Vale

O Ibovespa teve a primeira alta em três dias, puxado pela Vale SA, que acompanhou a valorização dos metais. O mercado local também reagiu ao maior otimismo quanto à recuperação mundial após relatório mostrando que a confiança do investidor alemão aumentou mais que o previsto.

A Vale foi a ação que mais contribuiu para a alta do Ibovespa com especulações que a China vai adotar medidas para estimular o crescimento econômico.

“O índice de confiança da Alemanha é positivo para a bolsa, já que pelo menos passa a sensação de que as coisas por lá não estão tão ruins, apesar de todos os problemas no resto do continente”, disse Fausto Gouveia, que ajuda a administrar R$ 380 milhões na Legan Administração de Recursos. “Mineradoras, como é o caso da Vale, também podem se recuperar com os sinais de que o governo chinês vai tomar novas medidas para estimular o crescimento.”

Juros: DI tem 2ª alta com sinais de retomada da economia global

Os juros nos mercados futuros encerraram em alta na maioria dos contratos com especulações de que a recuperação global pode limitar o espaço para o Banco Central estender o corte da taxa básica. Os vencimentos mais curtos caíram.

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“Em um dia sem indicadores aqui, um cenário externo mais positivo pode influenciar as taxas de juros”, disse Maurício Nakahodo, economista-sênior da CM Capital Markets, em entrevista por telefone de São Paulo. “Se houver uma continuidade da alta das commodities, isso pode se refletir no ritmo de corte dos juros.”

A inflação está convergindo para a meta do País, disse Márcio Holland, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, durante evento em São Paulo para apresentar melhorias no sistema Bloomberg, ontem à noite.

Segundo Holland, é “determinação” do governo estimular a economia neste ano para que o crescimento fique em torno de 4,5 por cento. “Vamos colocar todas as fichas para aumentar o investimento público”, disse ele.

O governo estuda elevar as tarifas de importação de produtos industrializados para dificultar a entrada de mercadorias da China e outros países asiáticos e também poderá ampliar a quantidade de itens que serão desonerados de tributos como o Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI, disse o jornal O Globo sem informar como obteve a informação.

Câmbio: Dólar vira para queda após mercado de ações fechar

O dólar virou para queda na última hora de negócios. A divisa havia passado o dia em alta na expectativa pela fala do ministro Guido Mantega no Senado e após ele dizer que o nível “mais favorável” do câmbio às exportações e à indústria brasileira “não é suficiente” e que novas medidas podem estar a caminho.

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“É claro que isso não é suficiente, precisamos mais medidas”, disse Mantega em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

O governo brasileiro, de certa forma, faz intervenção cambial para proteger sua economia, disse Mantega. Segundo ele, a modalidade de intervenção brasileira é admitida pelo Fundo Monetário Internacional.

Mantega participou da audiência no Senado Federal, em Brasília, após o governo anunciar ontem a terceira medida no mês para conter a apreciação do real.

O dólar chegou a passar de R$ 1,83 ontem, após o anúncio de nova medida, que estende para cinco anos o prazo dos empréstimos externos taxados pelo Imposto Sobre Operações Financeiras.

As medidas de “gerenciamento de fluxo de capitais” têm sido muito “eficazes”, disse ontem o secretário Holland, da Fazenda.