Mercados

Ibovespa fecha o ano com uma valorização de 31,5%, a maior desde 2016

Janeiro foi o melhor mês para o índice, com alta de 10,82%, enquanto fevereiro teve a maior queda, de 1,86%

Ibovespa: volume financeiro somava 12,5 bilhões de reais (d3sign/Getty Images)

Ibovespa: volume financeiro somava 12,5 bilhões de reais (d3sign/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 30 de dezembro de 2019 às 18h20.

Última atualização em 30 de dezembro de 2019 às 18h57.

São Paulo — O Ibovespa recuou na última sessão de 2019, depois de ter iniciado o dia em tendência positiva em meio a otimismo com negociações comerciais entre Estados Unidos e China, mas inverteu o sinal ao longo dia, encerrando dezembro com valorização de cerca de 7% e o ano com alta de 31,5%.

O Ibovespa fechou em queda de 0,76%, a 115.645,34 pontos. O volume financeiro somou 15,34 bilhões de reais, bastante abaixo da média deste mês: de cerca de 23 bilhões.

A alta do Ibovespa em 2019 é a maior desde 2016, quando avançou cerca de 39%, superando 2017 e 2018, que registraram avanços de 26,8% e 15%, respectivamente. Janeiro foi o melhor mês para o índice, com alta de 10,82%, enquanto fevereiro teve a maior queda, de 1,86%.

Em março, o Ibovespa superou o nível de 100 mil pontos pela primeira vez, porém só encerraria uma sessão neste patamar em 19 de junho, a 100.303,41 pontos. A máxima intradia do índice foi alcançada na última sexta-feira, a 117.802,86 pontos.

O desempenho da bolsa este ano foi guiado por uma recuperação econômica do país, ainda que mais lenta do que o esperado inicialmente, afirmaram analistas da XP em comunicado.

"O fim do ano se mostrou mais encorajador, dando indícios de que 2020 poderá finalmente ser um ano melhor no âmbito econômico", disseram, acrescentando que esperam que o Ibovespa chegue ao patamar de 140 mil pontos ao final do próximo ano.

Para analistas da Levante Investimentos, o avanço da economia passa pela continuidade da agenda de reformas do governo, que já aprovou a reforma da Previdência este ano.

"A inclinação do Congresso em promover ajustes fiscais, tributários e regulatórios fortalece a aceleração do crescimento para o ano que vem, o que pode ser recebido com muito bons olhos", afirmaram em nota.

No ano, os papéis de Qualicorp foram os que mais subiram dentre os que compõe o índice, acumulando mais de 240% de alta. Na sequência vêm BTG Pactual (235%), Via Varejo (154%), Notredame Intermédica (136%) e JBS (123%).

No lado oposto, apenas seis empresas do índice registraram desvalorização. Ações da Braskem tiveram o pior desempenho (-35%), seguidas de CVC Brasil (-28%), Embraer (9%), Smiles (-3,6%) e Ultrapar (-2%).

Destaques da sessão

- PETROBRAS ON caiu 0,5%, e PETROBRAS PN perdeu 1,1%. A petrolífera informou nesta segunda-feira que assinou acordo de transição no âmbito do contrato de suprimento de gás natural com a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). Em 2019, as ações ordinárias e preferenciais da empresa acumularam alta de 28% e 37,5%, respectivamente.

- SANTANDER BR UNT avançou 2,1%, atuando como contrapeso da queda do índice. O banco encerrou o ano com alta de 21,3%, desempenho pior que o Ibovespa, assim como BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO, que acumularam valorização de 18,9% e 12,9% em 2019.

- MRV ON perdeu 1,8% na sessão, mas somou 85,7% de alta no ano. Os papéis da empresa haviam registrado alta de mais de 2% no pregão da última sexta-feira, após o conselho de administração alterar termos da proposta de incorporação da AHS Residential.

- B3 ON cedeu 2,8% nesta sessão, corroborando com a queda do índice, ainda na esteira da abertura de consulta pública pela CVM para incentivar a concorrência no mercado de bolsa de valores. Em 2019, a B3 avançou 63,6%.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresIbovespa

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney