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Bolsa é o ativo mais atrativo do mercado, diz gestora

Otimista com o cenário, o Bahia Asset Management aumentou a sua posição em ações brasileiras

Bolsa: o Bahia Asset vê potencial para a Bolsa se aproximar dos 120.000 pontos (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: o Bahia Asset vê potencial para a Bolsa se aproximar dos 120.000 pontos (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 18 de junho de 2019 às 15h02.

Última atualização em 18 de junho de 2019 às 15h04.

(Bloomberg) -- O Bahia Asset Management aumentou a sua posição em ações brasileiras e vê a bolsa como ativo mais atrativo no mercado local. O equity risk premium do país -- o prêmio pago pelo mercado acionário sobre uma taxa de retorno livre de risco -- está em cerca de 5,5%, contra um longo histórico de pouco abaixo de 4%, segundo Gustavo Daibert, sócio e gestor responsável pelas estratégias de renda variável da gestora. Assumindo um cenário de juro real de 4%, o Bahia Asset vê potencial para a bolsa se aproximar dos 120.000 pontos.

"A bolsa ficou muito mais atrativa em relação aos outros ativos", disse Daibert, em uma entrevista no escritório do Bahia no Rio de Janeiro. Após rondar os 100.000 pontos em meados de março, o Ibovespa fechou a 97.623 pontos nesta segunda-feira, acumulando uma alta de 11% no ano.

O Bahia Asset, que estava entre as gestoras de fundos multimercados com maior volume de dinheiro novo no último ano e tem cerca de R$ 21 bilhões sob gestão, tem posições em ações de Petrobras e Banco do Brasil. A gestora também está favorecendo papeis de empresas que são mais sensíveis à queda de juros -- como consumo discricionário -- e aéreas.

Para Daibert e Marcelo Mendes, sócio e gestor responsável pela estratégia de renda fixa no Bahia Asset Management, as revisões para baixo do crescimento econômico do país no curto prazo não devem impactar significativamente as projeções de longo prazo, com a aprovação da reforma da Previdência e outras medidas da agenda microeconômica acelerando o crescimento.

Uma recuperação mais fraca do que o esperado pode levar o Banco Central a reduzir a taxa Selic para abaixo de 6,5% no curto prazo, mas, para Mendes, o corte adicional não é exatamente necessário. "Exagerando um pouco: se o juro estivesse a zero há três meses, acho que você não estaria colhendo crescimento muito diferente do de agora", disse Mendes, na mesma entrevista. "O problema do Brasil é de confiança e não monetário."

Economistas reduziram a estimativa para o PIB brasileiro de 2019 para abaixo de 1% pela primeira vez e a projeção para o PIB de 2020 para 2,20% nesta semana, segundo pesquisa Focus do BC. "Com o andamento da reforma e a agenda micro destravando, com aumento de concessões e privatizações, a confiança pode voltar forte", disse Mendes.

O principal multimercado da gestora, o Bahia AM Marau, que está entre os fundos com melhor retorno do país nos últimos cinco anos, reduziu sua posição comprada no real e sua posição em juros. O fundo mantém uma posição pequena nos juros prefixados curtos, "uma opcionalidade".

Enquanto a maior parte dos investidores vê a aprovação da reforma da Previdência ocorrendo no terceiro trimestre do ano, o Bahia vê uma chance de a reforma ser aprovada em julho em um cenário otimista e está um pouco mais construtivo do que o consenso com o crescimento. Para a gestora, o PIB brasileiro deve acelerar de 1,2% em 2019 para 2,8% em 2020.

"Com a resolução pelo menos parcial do problema fiscal, você gera um impulso de confiança muito forte, a economia volta a crescer e o governo ganha leverage para poder aprovar outras medidas no Congresso", disse Mendes. "O liberalismo nunca rendeu muitas árvores frondosas no Brasil, mas talvez a gente consiga crescer pelo menos um bom arbusto.

 

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