Bolsa de valores de Mumbai criou indíce só para empresas que cumprem a lei islâmica (WIKIMEDIA COMMONS/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2010 às 12h55.
Nova Délhi - A Bolsa de Mumbai, capital financeira da Índia, tem um novo índice a partir desta segunda-feira, um indicador formado por empresas que cumprem a "sharia" (ou lei islâmica).
O seletivo, com 50 empresas de referência no âmbito, chamado BSE TASIS Shariah 50, é o primeiro deste tipo criado na Índia, onde a maioria da população é hindu, mas existe uma importante comunidade muçulmana.
Em comunicado recente, o chefe da Bolsa de Mumbai (BSE), Madhu Kannan, explicou que a introdução do índice "ajudará a atrair capital estrangeiro à Índia procedente de países do Golfo, Europa e o sudeste asiático".
"A Bolsa de Mumbai tem o maior número de empresas que cumprem a sharia do mundo. Nem sequer todos os países muçulmanos do Oriente Médio, somado ao Paquistão, chegam a esta marca", ressaltou Shariq Nisar, diretor de operações do painel indiano de assessoramento à aplicação da sharia nas finanças (TASIS), organismo que lançou o projeto.
Este tipo de índice islâmico já havia sido implantado previamente em pregões de países como Indonésia, Malásia, Cingapura e Tailândia.
A lei islâmica não permite o investimento em companhias que vendem ou participam de negócios de produtos vinculados ao álcool, jogos e armas de fogo, ou que obtêm grandes lucros a partir de juros.
Na Índia, 80,5% dos 1,2 bilhão de habitantes são hindus. Os muçulmanos representam a minoria mais numerosa e representam em torno de 13,4%, conforme o último censo oficial, de 2001, o que coloca a Índia como o terceiro país do mundo com maior número de seguidores do islamismo, após Indonésia e Paquistão.