São Paulo – Após iniciar o mês perto do recorde de 73.516 pontos, o Ibovespa sucumbiu às incertezas geradas principalmente na Europa e encerrou novembro com queda de 4% no mês, aos 67.714 pontos. Foi o pior desempenho desde maio deste ano. Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou com baixa de 2,6%, aos 5.528 pontos. Em Nova York, o índice Dow Jones terminou com desvalorização de 1% no mesmo período.
A intensificação das dúvidas acerca das dívidas dos países europeus – a saber Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, atrapalhou os negócios e afugentou os investidores estrangeiros receosos por uma maior exposição ao risco. “Os maiores riscos para os emergentes vêm de fora. Temos que tomar bastante cuidado”, analisa Will Landers, gestor para América Latina da BlackRock em
entrevista para Exame.com.
Landers explica ainda que a bolsa continua uma das mais atrativas do mundo. “Olhamos para a bolsa abaixo de 10 vezes o P/L (Preço sobre Lucro) para 2011, com uma taxa de crescimento esperada para os resultados acima de 20% e perto de 25%. Podemos olhar para mais um ano de resultados positivos para a bolsa”, projeta. “Estes períodos de correção como os vistos nos últimos dias são uma oportunidade de compra”, ressalta.
No Brasil, o mês ajudou a deixar mais claro o desenho da nova equipe econômica da presidente eleita Dilma Rousseff. O mercado teve a confirmação de Guido Mantega no ministério da Fazenda, Alexandre Tombini como o novo presidente do Banco Central e Miriam Belchior a ministra do Planejamento. Além disso, Antônio Palocci foi confirmado para a chefia da Casa Civil.
A notícia trouxe preocupações sobre a manutenção da autonomia operacional do BC em relação ao ministério da Fazenda. Apesar disso, os juros futuros mostraram uma
confiança inicial de que a autoridade monetária continuará a perseguir as metas de inflação e as projeções para 2012 já mostram a expectativa de que os juros voltem a cair como resultado de uma política monetária nem aplicada. Confira a seguir as maiores altas e baixas do Ibovespa no mês: