GRUPO PÃO DE AÇÚCAR: ações da companhia tiveram segundo pior desempenho do Ibovespa após apresentação do faturamento / Germano Luders / Exame (Germano Luders/Exame)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2016 às 18h14.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h09.
Correção na bolsa
Após uma alta de quase 4% nos últimos quatro pregões, o Ibovespa caiu 1,05% nesta terça-feira. A queda foi atribuída a uma realização de ganhos e o movimento da bolsa brasileira acompanhou os mercados do exterior. A baixa do petróleo, que caiu mais de 1% influenciou as ações da Petrobras. Os papéis ordinários da estatal caíram 2,3% e os preferenciais 2,1%. Já o dólar, que operou grande parte do dia em alta, cedeu 0,08% no fim desta terça-feira e fechou a 3,19 reais – menor patamar em quase dois meses.
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Receita do GPA não agrada
O Grupo Pão de Açúcar teve um faturamento de 15,1 bilhões de reais no terceiro trimestre do ano – alta de 4,4% na comparação com o mesmo período de 2015. O aumento foi impulsionado pelo segmento alimentar, em que o faturamento subiu 14% influenciado principalmente pela rede de atacarejo do grupo, o Assaí. As vendas do Assaí tiveram alta de 45,7% e somaram 3,74 bilhões de reais no trimestre. Nas marcas Extra e Pão de Açúcar a receita subiu 1,1% para 6,35 bilhões de reais. Já o faturamento do varejo não alimentar, que reúne o braço de comércio eletrônico Cnova e a Via Varejo (Ponto Frio e Casas Bahia) somou 5 bilhões de reais no trimestre, uma queda de 10,1% na comparação anual. A companhia divulga inicialmente apenas as vendas, o balanço completo está previsto para o dia 27 deste mês. Em relatório, analistas do banco BTG Pactual ressaltaram que os números vieram em linha com o esperado. Investidores parecem não concordar, as ações da companhia caíram 2,8% nesta terça-feira – o segundo pior desempenho do Ibovespa.
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Rumo ALL anima investidores
A empresa de logística Rumo ALL foi o grande destaque positivo do pregão. Suas ações subiram 6,2% nesta terça-feira após o Banco Nacional de Desenvolvimento enquadrar seu pedido de empréstimo no valor de 3,5 bilhões de reais. O pedido foi feito para financiar parte do plano de investimentos da companhia em malha ferroviária entre 2015 e 2018. O enquadramento é uma das etapas para liberar o financiamento. Os demais procedimentos ainda não tem data anunciada. A liberação do crédito é a terceira etapa das ações adotadas pela Rumo para garantir os investimentos necessários. As outras duas medidas são a rolagem de parte de seu endividamento e a capitalização – ambos os processos aconteceram no início do ano.
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OSX fecha contrato
Outra ação que ganhou a atenção dos investidores nesta terça-feira foi a da companhia de construção naval OSX, do grupo criado pelo empresário Eike Batista. Os papéis da empresa subiram 5,4%. Ontem à noite a empresa informou que fechou acordo para locação de área de cais e instalações próximas ao canal do Terminal 2 do Porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro. A companhia não informou com quem foi fechado o acordo nem os valores da operação. O contrato é válido por 20 anos, podendo ser renovado por mais 20 anos. A OSX segue com seu plano de recuperação judicial, que deve ser concluído em meados de 2017.
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Propostas para a Oi
A companhia telefônica Oi recebeu três ofertas pela participação que detém na operadora Timor Leste, segundo informações da agência de notícias Lusa. Duas propostas foram feitas por empresários do Timor Leste e uma por fundo de pensões de Fiji. A Oi tem 76% de participação na empresa Telecomunicações Públicas de Timor, que controla a Timor telecom. Os valores não foram revelados.
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O dólar e as empresas
A agência de classificação de risco Moody’s aponta em relatório que o atual processo de valorização do real frente ao dólar beneficia principalmente a Petrobras e a companhia aérea Gol. Na análise, a agência afirma que a taxa de câmbio média em 2016 até agora, de 3,54 reais por dólar, ainda é mais forte que a média para todo o ano de 2015. Mas a queda da moeda nos últimos meses, atualmente cotada a 3,19, beneficia as companhias que tem receitas em reais, mas custos em dólar. Na Petrobras, 82% de seus custos são em moeda americana, na Gol este percentual é de 60%. Por outro lado, ressalta a agência, exportadoras como as companhias de alimentos Minerva e Marfrig e as fabricantes de papel e celulose Fibria e Suzano tendem a perder, já que a maioria de suas receitas são denominadas em dólar.