Ibovespa: A 97.677,19 pontos, bolsa paulista atingiu recorde de fechamento (Pixabay/Reprodução)
Reuters
Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 18h07.
Última atualização em 24 de janeiro de 2019 às 18h47.
A bolsa paulista fechou a semana com o Ibovespa em nova máxima histórica nesta quinta-feira, acima dos 97 mil pontos pela primeira vez, apoiado em apostas positivas para a economia do país e na esteira de sinalizações recentes do governo reiterando compromisso com o ajuste fiscal, tema crucial para investidores.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,16 por cento, a 97.677,19 pontos - recorde de fechamento, segundo dados preliminares. O volume financeiro no pregão somava 15,12 bilhões de reais.
Na semana, mais curta por feriado nesta sexta-feira na cidade de São Paulo, o Ibovespa acumulou alta de 1,65 por cento, também conforme dados antes do ajuste de fechamento.
"Há uma euforia generalizada para os ativos brasileiros e a Bovespa está atingido uma máxima atrás de outra em janeiro", Bernd Berg, estrategista global de macro e moedas na Woodman Asset Management, citando que a delegação brasileira deixou uma impressão positiva em Davos.
"Continuo otimista em relação à bolsa brasileira e espero que o Ibovespa aumente para 130.000 em 2019, em meio ao crescente otimismo entre os investidores estrangeiros, com novas entradas de portfólio capazes de acelerar a recuperação do mercado acionário brasileiro", afirmou.
Na véspera, em meio à participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, agradou o mercado, reforçando que a reforma da Previdência segue como prioridade e pode render economia de 700 bilhões a 1,3 trilhão de reais em 10 anos.
Em entrevista à Reuters, Guedes também disse que o governo analisa reduzir a alíquota do Imposto de Renda cobrado das empresas de 34 para 15 por cento.
Investidores veem a mudança no regime atual de Previdência do país como crucial para a melhora da situação fiscal brasileira, a fim de estabilizar o comportamento da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Uma melhora nesse quadro teria efeito de queda na curva longa de juros do país, que é vista como uma das principais métricas para o investimento em ações.
- KROTON avançou 5,54 por cento, ainda apoiada na repercussão positiva de previsões divulgadas na véspera para o resultado de 2019, quando espera crescimento de 1 a 5 por cento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
- CCR e ECORODOVIAS subiram 5,54 e 5,28 por cento, respectivamente, tendo de pano de fundo declarações do governador de São Paulo, João Doria, publicadas pelo Valor Econômico, de que ele vai renovar as concessões de rodovias administradas pela iniciativa privada no Estado que vencem até o fim de seu mandato.
- CIELO subiu 4,6 por cento, ampliando a recuperação em janeiro, após recuar quase 60 por cento em 2018. Analistas do Itaú BBA, contudo, reiteraram recomendação 'market perform' e cortaram o preço-alvo de 14,5 para 11,5 reais por ação, afirmando que o valor atrativo ainda é ofuscado pelo momento de resultados pouco animadores.
- MAGAZINE LUIZA caiu 1,25 por cento, dando sequência ao ajuste negativo neste primeiro mês do ano, após mais que dobrar de valor em 2018, com agentes financeiros também atentos ao começo das operações de venda direta da gigante norte-americana Amazon.com no país.
- VALE subiu 0,9 por cento, em movimento alinhado ao de outras mineradoras no exterior, enquanto analistas seguem reiterando recomendação de compra para as ações.
- PETROBRAS PN avançou 0,43 por cento, em sessão sem tendência única para os preços do petróleo no exterior.
- BRADESCO PN fechou em alta de 1,01 por cento, descolando dos demais bancos listados no Ibovespa, com ITAÚ UNIBANCO PN encerrando em baixa de 0,13 por cento, SANTANDER BRASIL UNIT perdendo 0,46 por cento e BANCO DO BRASIL caindo 0,51 por cento.