Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
Publicado em 24 de maio de 2023 às 09h36.
Última atualização em 24 de maio de 2023 às 17h41.
Mesmo com a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, o Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, 24, refletindo o temor dos mercados externos. O impasse relacionado ao teto da dívida americana avançou para mais um dia e continuou pressionando as bolsas globais. Ontem o clima de aversão a risco já havia derrubado o Ibovespa, que teve hoje seu segundo pregão consecutivo de perdas.
Os Estados Unidos enfrentam um confronto político sobre o futuro do teto da dívida que pode deixar o país inadimplente. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, avisou que seu departamento pode ficar sem caixa suficiente a partir de 1º junho, já na próxima semana. Com o prazo cada vez mais curto para que os representantes cheguem a um acordo, os investidores ficam inseguros.
Vale lembrar que o mercado atrelado ao Tesouro americano serve como referência global para custos de empréstimos e movimenta US$ 24 trilhões, segundo estimativas da Bloomberg.
Depois de caírem perto de 1% ontem, hoje as principais bolsas americanas também fecharam em queda.
O novo arcabouço fiscal foi aprovado na Câmara na noite de ontem, com ajustes que retiraram o aumento automático real de 2,5% para despesas em 2024. No pregão desta quarta, investidores ficaram atentos aos destaques do texto, que ainda precisam ser votados para que o projeto siga para o Senado.
No mercado, a expectativa era alta pela aprovação do texto, mas o clima negativo no exterior impede o Ibovespa de buscar uma recuperação.
Porém, mesmo com o recuo do Ibovespa, o real conseguiu capturar a tendência positiva. O dólar comercial caiu para R$ 4,954. "Os juros reagiram bem e o real se valorizou de novo", observa Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, que vê a aprovação das novas regras fiscais de forma positiva.
Entre as maiores altas e baixas da bolsa, os frigoríficos voltaram a cair hoje. Isso porque mais casos de gripe aviária foram confirmados. Na segunda-feira, o Ministério da Agricultura e Pecuária decretou estado de emergência zoosanitária. A duração do estado de emergência é de 180 dias, podendo ser prorrogado por prazo indeterminado.
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