Após ganhos expressivos, Ibovespa mostra indefinição na manhã desta terça-feira (Paulo Whitaker/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de outubro de 2018 às 10h29.
Última atualização em 9 de outubro de 2018 às 11h20.
São Paulo - O Ibovespa mostrava indefinição na manhã desta terça-feira, após ganhos expressivos na véspera, tendo como pano de fundo um cenário externo relativamente desfavorável e um movimento de realização de lucros, enquanto agentes financeiros aguardam novidades no cenário eleitoral no país.
Às 11:09, o índice de referência do mercado acionário brasileiro caía 0,16 por cento, a 85.944,76 pontos. O volume financeiro somava 2,77 bilhões de reais.
Na segunda-feira, o Ibovespa encerrou com ganho de 4,6 por cento, a 86.083,91 pontos - maior alta percentual diária desde 17 de março de 2016.
Profissionais da área de renda variável veem manutenção do ânimo com a percepção de que Jair Bolsonaro, do PSL, saiu do primeiro turno da eleição presidencial como favorito para o segundo turno, mas não descartam volatilidade até o próximo dia 28, quando o novo presidente do país será conhecido.
"A equipe de Bolsonaro deve tentar trazer uma agenda econômica positiva e propositiva. Ao longo do tempo, contudo, algum tipo de ruído e volatilidade pode ocorrer, seja por pesquisa eleitoral, seja pelo cenário externo", afirmou um gestor de uma administradora de recursos no Rio de Janeiro.
"A longo-prazo, os desafios para a implementação da agenda de reformas no país deverão ser gigantescos", acrescentou.
Nesse contexto, agentes financeiros estão atentos à pesquisa Datafolha prevista para a quarta-feira, assim como sinalizações referentes a possíveis integrantes de um eventuais governos, tanto do candidato do PSL como do petista Fernando Haddad, que enfrentará Bolsonaro no segundo turno.
No exterior, Wall Street abriu sem uma tendência única, com o S&P 500 cedendo 0,2 por cento, depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou suas previsões de crescimento global, culpando diretamente a guerra comercial entre EUA e China.
- PETROBRAS PN operava em queda de 0,04 por cento, apesar da alta dos preços do petróleo no exterior, após subir 11 por cento na segunda-feira, quando reagiu ao notíciário eleitoral e várias casas elevaram a recomendação para os ADRs da companhia, entre elas o JPMorgan.
- BANCO DO BRASIL cedia 0,41 por cento, também passando por ajuste, após se valorizar quase 10 por cento na véspera, reflexo do otimismo com o resultado do primeiro turno da eleição presidencial. ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN perdiam 0,36 e 0,45 por cento, respectivamente, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT subia 0,24 por cento.
- GOL PN operava em queda de 0,07 por cento, em sessão de correção, após fechar com elevação de quase 19 por cento na segunda-feira, apoiada na fraqueza do dólar frente o real.
- CEMIG PN recuava 1,28 por cento, após disparar quase 18 por cento na véspera, reagindo à votação para o governo de Minas Gerais, que colocou o candidato do Partido Novo, Romeu Zema, de perfil liberal e favorável à privatização da estatal elétrica, no segundo turno, com desempenho expressivo.
- BRF perdia 2,67 por cento, após encontro da empresa com investidores na segunda-feira. Analistas do UBS reiteraram recomendação de venda dos papéis, citando que a empresa pode demorar mais tempo do que o mercado espera para se recuperar.
- ELETROBRAS PNB caía 0,93 por cento, em mais um movimento de ajuste negativo na bolsa, após saltar mais de 18 por cento no primeiro pregão da semana, embalada por expectativas relacionadas às eleições no país.
- VALE valorizava-se 0,49 por cento, recuperando-se de perdas na véspera, conforme mineradoras no exterior também mostravam trajetória positiva.
- MARFRIG subia 5,37 por cento, tendo no radar que o órgão regulador da concorrência dos EUA aprovou a venda da sua unidade Keystone Foods. "As demais aprovações, para a conclusão final da transação, seguem em andamento", disse em comunicado.
- GERDAU PN subia 1,41 por cento. Para analistas do BTG Pactual, o recente desempenho pior do que a média seria uma oportunidade para montar posição. Eles esperam resultados sólidos do terceiro trimestre. "Nenhuma razão para preocupação."