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Bolsa abre em queda após renovar máximas, puxada pela Vale

Às 11:28, o Ibovespa caía 0,58%, a 103.035,59 pontos

IBOVESPA: índice já havia caído 1,34% ontem com prisão do ex-presidente Michel Temer  / REUTERS/Paulo Whitaker (Paulo Whitaker/Reuters)

IBOVESPA: índice já havia caído 1,34% ontem com prisão do ex-presidente Michel Temer / REUTERS/Paulo Whitaker (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de julho de 2019 às 10h40.

Última atualização em 5 de julho de 2019 às 11h46.

São Paulo — O Ibovespa recuava nesta sexta-feira após renovar máximas na véspera, realizando lucros e tendo um ambiente menos favorável no exterior, com Vale entre as maiores pressões de baixa diante do tombo do preço do minério de ferro na China.

Às 11:28, o Ibovespa caía 0,58%, a 103.035,59 pontos. O volume financeiro somava 3,68 bilhões de reais.

Apesar do declínio, o Ibovespa caminha para fechar a semana no azul. Na véspera, o índice encerrou o pregão a 103.636,17 pontos, máxima histórica de fechamento.

Para o estrategista Felipe Sichel, do modalmais, os números do mercado de trabalho dos Estados Unidos corroboram as vendas na bolsa brasileira, uma vez que reduzem as expectativas de uma ação mais 'dovish' pelo Federal Reserve.

Nos EUA, o relatório de emprego do Departamento do Trabalho mostrou a criação de 224 mil novos postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, o maior número em cinco meses e acima do esperado.

"O cenário base ainda é de corte, mas talvez não um ciclo tão extenso/profundo quanto o mercado acredita", afirmou Sichel.

Na cena brasileira, investidores agora aguardam os próximos passos da reforma da Previdência, após a comissão especial da reforma da Previdência aprovar na quinta-feira o texto-base do parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou em rede social que a reforma começará a ser analisada pelo plenário da Casa na próxima terça-feira.

Destaques

- VALE caía 3,2%, na esteira da forte queda dos preços do minério de ferro na China, enquanto agentes também continuam analisando potenciais mudanças na legislação envolvendo o setor de mineração. CSN também sofria com a queda nos preços da commodities e recuava 2,8%.

- AZUL cedia 1,4%, após três altas consecutivas, apesar de dados de tráfego em junho considerados fortes por analistas divulgados na noite da véspera. Investidores também continuam acompanhando desdobramentos relacionados à recuperação judicial da Avianca Brasil.

- GOL valorizava-se 2,1%, com dados de tráfego também no radar, além de expectativas relacionadas a desdobramentos da recuperação judicial da Avianca Brasil.

- BANCO DO BRASIL perdia 0,7%, pior desempenho entre os bancos listados no Ibovespa, após fechar na máxima história na véspera, a 55,18 reais. BRADESCO PN, que também renovou cotação recorde na véspera, tinha oscilação positiva 0,15%, e ITAÚ UNIBANCO PN recuava 0,3%.

- PETROBRAS PN caía 0,15% e PETROBRAS ON cedia 0,4%, em sessão de alta dos preços do petróleo Brent. A companhia também começou a divulgação a investidores do processo de venda de suas participações em campos de produção na Bacia do Espírito Santo.

- SUZANO valorizava-se 3,3%, no terceiro pregão consecutivo de alta, embora analistas continuem exergando um cenário desfavorável para o setor de celulose no curto prazo. No ano, as ações figuram no pequeno grupo do Ibovespa com que acumulam queda, com declínio de cerca de 12%.

Dólar

O dólar subia ante o real nesta sexta-feira, após dados melhores que o esperado de criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos, tendo como pano de fundo alívio na cena interna após aprovação da reforma da Previdência na comissão especial.

Às 10:35, o dólar avançava 0,70%, a 3,8260 reais na venda

Na quinta-feira, a moeda encerrou em queda de 0,71%, a 3,7993 reais na venda.

Neste pregão, o dólar futuro subia por volta de 0,6%.

Os Estados Unidos criaram 224 mil postos de trabalho em junho, segundo dados divulgados nesta manhã, número melhor que o esperado, de 160 mil vagas, segundo pesquisa Reuters.

A criação de vagas é um dos números monitorados de perto pelo Federal Reserve na decisão de política monetária.

A ferramenta FedWatch, do CME Group, mostrava nesta manhã que os juros futuros indicavam que operadores veem 8% de chance de corte de 0,50 ponto percentual nos juros na reunião de julho do Federal Reserve, contra 29% na quarta-feira.

Por outro lado, o ganho salarial, outro ponto de atenção, permaneceu fraco, o que, somado a evidências crescentes de desaceleração na economia, ainda pode encorajar um corte de juros pelo Fed.

De acordo com o gerente de câmbio da Tullett Prebon, Italo Abucater, a mudança de posição e apostas de alguns participantes importantes do mercado quanto à proximidade de um corte de juros nos EUA pressionava emergentes neste pregão, inclusive o real.

No entanto, a divisa brasileira ainda mantinha desempenho melhor do que alguns pares, como o rand sul-africano, em razão do rali dos últimos dias.

"Nossa moeda aqui ainda tem uma certa neutralização, talvez devesse corrigir mais pelo que valorizou dos últimos dias pelo otimismo ligado à reforma", disse Abucater.

No panorama doméstico, o dia deve ser de noticiário tranquilo após a importante aprovação da reforma da Previdência na comissão especial na Câmara na quinta-feira.

Já era madrugada quando o colegiado concluiu a votação do parecer do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), aprovando o texto principal e derrubando a maioria dos destaques.

A proposta agora seguirá ao plenário da Câmara, onde será alvo de novos debates e polêmicas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que a reforma começará a ser analisada pelo plenário na próxima terça-feira.

Ainda que a PEC tenha concluído uma parte importante de sua tramitação com a aprovação na comissão especial, a proposta não deve ter vida fácil no plenário e isso mantém agentes financeiros em cautela.

"Investidores locais e externos sabem muito bem que surpresas negativas podem surgir no meio do caminho, em específico quando falamos de reforma da Previdência", ponderou a corretora H.Commcor, em nota.

Em função desta cautela ligada à Previdência e também em antecipação a um feriado estadual em São Paulo, na terça-feira, o que deve refletir em baixa liquidez também na segunda-feira, investidores evitam adotar posições de risco.

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