Repórter de finanças
Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 08h42.
Os mercados internacionais operam majoritariamente em queda na manhã desta segunda-feira, 16.
Na Ásia, os índices fecharam com desvalorização por motivos locais de cada praça. No Japão, o Nikkei 225 recuou à medida que investidores se posicionam com cautela antes da decisão de juros do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) na quinta-feira, 19.
Já na China, todos os índices fecharam em queda após a frustração com dados locais do varejo. Na Coreia do Sul, as bolsas recuaram de olho na instabilidade política com o mercado repercutindo o pedido de impeachment do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, ser aprovado no sábado, 14.
Na Europa, as bolsas também operam em queda, apesar do discurso pela manhã da Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), que sinalizou mais cortes de juros caso a inflação continue reduzindo.
Nos Estados Unidos, os índices futuros sobem, em semana de dcisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Segundo as projeções do FedWatch, plataforma do CME Group, 97,1% do mercado aposta em um corte de 0,25 ponto percentual.
De olho na agenda de indicadores, houve a divulgação de diversos Índices de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) na Europa. PMIs acima de 50 mostram uma expansão, enquanto abaixo, mostram uma contração.
De acordo com a S&P Global, na Alemanha, o PMI preliminar de serviços subiu de 49,3 em novembro para 51 em dezembro, maior nível em dois meses; enquanto o PMI Industrial caiu de 43 para 42,5, menor nível em três meses e o PMI composto subiu de 47,2 para 47,8 pontos.
Na zona do Euro, o PMI preliminar de serviços avançou de 49,5 em novembro para 51,4 em dezembro, acima do consenso dos analistas. O PMI Industrial ficou estável em 45,2 pontos no mesmo período e o PMI composto subiu de 48,3 para 49,5.
No Reino Unido, o PMI preliminar de serviços subiu de 50,4 em novembro para 51,4 em dezembro, mais do que o consenso, enquanto o PMI Industrial caiu de 48 para 47,3. Já o PMI composto ficou estável em 50,5 pontos.
Nos Estados Unidos, a S&P Global divulga o PMI composto preliminar às 11h45.
Na China, investidores repercutem os dados do varejo, que novamente decepcionou. Embora tenha apresentado um crescimento de 3% em novembro em relação ao mesmo período do ano anterior, as projeções de economistas consultados pela Bloomberg apontam para um crescimento de 5%. A frustração se une a falta de detalhes dos estímulos prometidos por Pequim, na semana passada, para impulsionar o consumo.
O mercado avalia a divulgação do Boletim Focus desta semana.
O Banco Central (BC) elevou suas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Pela terceira semana consecutiva, a inflação de 2024 subiu de 4,84% para 4,89%. Já a de 2025 subiu ligeiramente de 4,59% para 4,60%, enquanto a projeção de 2027 avançou de 3,58% para 3,66%. A estimativa de 2026, por sua vez, ficou em 4%.
A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 e 2025 foram alteradas de 3,39% para 3,42% e 2% para 2,01%, respectivamente. A de 2026 e 2027 se manteve em 2% cada.
O BC projeta uma Selic em 14% ao final de 2025, ante os 13,50% projetados na semana anterior. Já em 2026, o Focus revisou de 11% para 11,25%. Em 2027, a projeção se manteve em 10%.
Todas as estimativas para o câmbio também foram revisadas para cima, de R$ 5,95 para R$ 5,99 (2024); de R$ 5,77 para R$ 5,85 (2025); de R$ 5,73 para R$ 5,80 (2026); e de R$ 5,69 para R$ 5,70 (2027).
O impeachment do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi aprovado pelo parlamento neste sábado, 14, com 204 votos favoráveis entre os 300 deputados. Com isso, Yoon será afastado e o primeiro-ministro Han Duck-Soo assume interinamente.
O caso agora será avaliado pelo Tribunal Constitucional, que tem até 180 dias para decidir pela destituição ou reintegração do presidente. A medida foi motivada pela declaração da Lei Marcial, considerada inconstitucional, e pela acusação de motim armado.
O processo gerou forte mobilização popular, com 200 mil manifestantes comemorando o resultado em Seul, enquanto cerca de 30 mil apoiadores protestaram em outra área da cidade. Eleito em 2022, Yoon enfrentou controvérsias como ameaças à liberdade de imprensa e a proposta de extinguir o ministério de gênero. Este é o primeiro impeachment presidencial na história da democracia sul-coreana, instaurada há 37 anos.
Israel lançou ataques aéreos contra alvos militares na região de Tartus, na Síria, atingindo unidades de defesa aérea e depósitos de mísseis. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, foi a ofensiva mais pesada na área desde 2012.
O governo israelense também aprovou a expansão de assentamentos nas Colinas de Golã, alegando fortalecer sua posição diante da instabilidade na Síria após a deposição do ex-presidente Bashar al-Assad na última semana.
Enquanto isso, [grifar]o líder insurgente Ahmed al-Charaa pediu intervenção internacional para conter os ataques, declarando que não busca conflito com Israel. Em Gaza, bombardeios israelenses mataram 12 palestinos, incluindo crianças, em um abrigo administrado pelo Hamas.
Na última semana de trabalhos no Legislativo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocou sessões diárias para votar propostas cruciais como o Orçamento, o pacote fiscal e a regulamentação da reforma tributária.
Lira também cancelou as reuniões das comissões para concentrar os esforços no plenário. O governo busca avançar com medidas que incluem cortes de gastos, estimados em R$ 70 bilhões até 2026, mas enfrenta resistência política devido à insatisfação com a liberação de emendas parlamentares. O Planalto tenta garantir os recursos até 31 de dezembro para viabilizar as votações.
No Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pretende priorizar o ajuste fiscal e a repactuação das dívidas dos estados, além de analisar propostas aprovadas pela Câmara, como a proibição de celulares em escolas públicas. Com o recesso parlamentar previsto para começar em 23 de dezembro, os líderes trabalham para evitar adiamentos, buscando finalizar os projetos ainda este ano.