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Boletim Focus, discurso de Powell, PMIs da China e contas públicas do Brasil: o que move o mercado

Mercado também acompanha entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à rádio CBN às 8h30

Radar: um dos destaques desta segunda-feira, 30, é o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, às 10h45 (Al Drago/Getty Images)

Radar: um dos destaques desta segunda-feira, 30, é o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, às 10h45 (Al Drago/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 30 de setembro de 2024 às 08h38.

Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta segunda-feira, 30, última sessão do mês de setembro. Nos Estados Unidos, os índices futuros recuam, ao passo que investidores aguardam dados do mercado de trabalho ao longo da semana, com o relatório Jolts na terça-feira, 1, seguido pelo ADP, na quarta-feira, 2, e o payroll, na sexta-feira, 4.

Na Europa, após ganhos recentes, as bolsas operam em queda puxadas pelas ações do setor automotivo. O movimento ocorre à medida que a gigante automotiva Stellantis reduziu suas expectativas para a margem de lucro operacional e fluxo de caixa em 2024, e a Volkswagen também piorou seu guidance para este ano.

Já na Ásia, os mercados fecharam sem direção única, com as bolsas chinesas dando continuidade ao rali da semana passada em meio a mais medidas de estímulos de Pequim. O índice Shanghai Composto, na China continental, teve uma alta de 8,06%, seu maior aumento diário em 16 anos, fechando em 3.336,50 pontos. Já o índice Shenzhen Composto, mais restrito, subiu 10,93%, alcançando 1.927,48 pontos.

Boletim Focus

O mercado avalia a divulgação do Boletim Focus desta semana. Pela décima semana seguida, o Banco Central (BC) elevou a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024, de 4,35% para 4,37%.

O IPCA para 2025 e 2026 também foi revisado: de 3,95% para 3,97% e de 3,61% para 3,62%, respectivamente. Já o de 2027 se manteve em 3,50%.

A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano também foi revisada para cima, de 2,96% para 3%, enquanto as projeções do PIB para 2025, 2026 e 2027 se mantiveram estáveis em: 1,90% (2025) e 2% (2026 e 2027).

O BC agora projeta uma Selic em 11,50% ao final de 2024, frente os 11,25% na semana anterior. Para 2025, 2026 e 2027, as projeções se mantiveram inalteradas em: 10,50% (2025), 9,50% (2026) e 9% (2027).

Por fim, no câmbio, não houve alterações. O Focus estima uma taxa de R$ 5,40 (2024); R$ 5,35 (2025); e R$ 5,30 (2026 e 2027).

Agenda

De olho na agenda de autoridades locais e estrangeiras, [grifar]Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), e Michelle Bowman, governadora do Conselho do Fed, discursam ambos em evento da National Association for Business Economics em Nashville. A previsão é que Powell fale às 10h45.

Por aqui, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dará entrevista à rádio CBN às 8h30. Durante a tarde, Haddad se reúne com Fábio Barbosa, presidente da Natura, e José Velloso Dias Cardoso, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Já o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chega à cidade do México para a posse da nova presidente do país, Claudia Sheinbaum.

PMIs da China

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria chinesa subiu de 49,1 em agosto para 49,8 em setembro, conforme divulgado pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês).

O resultado superou as projeções dos analistas ouvidos pelo FactSet, que esperavam uma alta mais modesta para 49,2. Apesar da melhora, o indicador abaixo de 50 ainda aponta para a contração da atividade econômica.

Por outro lado, o PMI de serviços registrou uma queda, passando de 50,3 em agosto para 50 em setembro, um resultado que ficou alinhado com as expectativas dos analistas consultados pelo FactSet.

Já o PMI industrial da China, medida pela pesquisa da S&P Global com a Caixin, caiu para 49,3 em setembro ante 50,4 em agosto, abaixo das estimativas de 50,2 da FactSet. O indicador voltou a cair abaixo de 50, após a recuperação do mês passado, que interrompeu uma sequência de nove quedas consecutivas.

O PMI de serviços do país, também medido pela pesquisa da S&P Global com a Caixin, caiu de 51,6 em agosto para 50,3 em setembro. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela FacSet, que esperavam leve baixa para 51,4. O PMI composto chinês, que engloba serviços e indústria, caiu de 51,2 para 50,3 no mesmo período.

Contas públicas

O dia também é marcado pela divulgação do Banco Central, às 8h30, do resultado primário do setor público consolidado de agosto. A Genial Investimentos estima um déficit nas contas públicas de R$ 21,5 bilhões ante os R$ 21,3 bilhões anteriores.

Para o resultado nominal do setor público consolidado de agosto, a casa projeta um déficit de R$ 88,2 bilhões ante os R$ 101,5 bilhões de julho. A relação dívida/PIB de agosto estimada é de 62,1%, frente os 61,9% de julho.

Às 18h, o Tesouro Nacional publica o total da Dívida Pública Federal (DPF) de agosto. A Genial estima que o montante suba de R$ 7,140 trilhões em julho para R$ 7,261 trilhões em agosto.

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