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Boeing projeta prejuízo de US$ 4 bilhões no 4º tri por ano repleto de crises

A fabricante de aviões tenta se recuperar após enfrentar acidentes aéreos, greves de funcionários e demissões em 2024

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 10h09.

Dias antes de divulgar seus resultados na próxima terça-feira, 28, a fabricante de aeronaves Boeing alertou seus investidores de que provavelmente registrará um prejuízo de cerca de US$ 4 bilhões no quarto trimestre de 2024.

Ao longo do ano passado, a empresa enfrentou uma série de crises, que incluíram uma greve paralisante, demissões e acidentes aéreos. O último acidente, que aconteceu no dia 29 de dezembro, na Coreia do Sul, matou 179 pessoas.

Em comunicado, a Boeing informou que espera um prejuízo de US$ 5,46 por ação no quarto trimestre e que, provavelmente, consumiu US$ 3,5 bilhões do caixa durante esse período. Para reforçar sua liquidez, a empresa captou mais de US$ 20 bilhões.

“Embora enfrentemos desafios no curto prazo, tomamos medidas importantes para estabilizar nossos negócios durante o trimestre, como a assinatura de um acordo com nossos colegas representados pela Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais e a realização de uma bem-sucedida captação de recursos para melhorar nosso balanço”, disse Kelly Ortberg, CEO da Boeing, em nota.

O faturamento da unidade de aviões comerciais da empresa, considerada a mais importante, deverá ficar em US$ 4,8 bilhões, com uma margem operacional negativa de quase 44%. Já na unidade de defesa, a projeção é de uma perda de US$ 1,7 bilhão (antes de impostos) nos projetos do avião KC-46A e dos aviões 747, que serão usados como a nova aeronave presidencial Air Force One.

Histórico da crise

A Boeing tenta se reerguer desde que teve dois acidentes fatais em 2018 e 2019 — a companhia não registra lucro anual desde 2018.

No começo do ano passado, ela se viu no centro de outra crise quando a porta de um 737 Max operado pela Alaska Airlines explodiu. O acidente desencadeou uma nova fiscalização federal e provocou um atraso nas entregas de novos aviões.

De setembro a novembro de 2024, a companhia também teve que lidar com uma greve que paralisou a produção da maior parte de suas aeronaves comerciais. Um acordo com os funcionários foi assinado em novembro.

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