Edemir Pinto: "o potencial para IPOs de PMEs é extraordinário", disse (Endeavor/Denis Ribeiro)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2015 às 13h37.
São Paulo - O diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse que ainda existe uma expectativa para que uma pequena e média empresa (PME) abra capital na bolsa brasileira ao longo do segundo semestre do ano, na esteira das medidas anunciadas pelo governo para incentivar o acesso dessas companhias no mercado de capitais.
No entanto, Edemir lembrou que, para isso, é necessária uma reversão das expectativas do investidor local, que hoje ainda está muito pessimista diante do noticiário.
O presidente da Bolsa disse que, ao contrário do observado em grandes ofertas, em que o investidor estrangeiro obtém, na média, 70% da oferta, as pequenas operações deverão ser garantidas pelo investidor local.
Edemir disse que, apesar desse pessimismo, existe a percepção de que esses investidores devem ganhar mais confiança ao longo dos próximos meses, seguindo o caminho já trilhado pelos estrangeiros, que já demonstram mais confiança e vêm injetando forte fluxo de capital na bolsa brasileira neste início de ano.
O executivo citou, ainda, que a bolsa tem feito um trabalho de aproximação junto com essas companhias e que o interesse tem sido grande. "O potencial para IPOs de PMEs é extraordinário", disse.
O último IPO realizado na bolsa brasileira foi da companhia Ourofino, em outubro do ano passado, sendo a única abertura de capital no País em 2014.
Balcão
De acordo com o diretor executivo da Finanças e de Relações com Investidores da BM&FBovespa, Daniel Sonder, a companhia vem se esforçando para diversificar suas receitas. O executivo citou, por exemplo, o trabalho da companhia no segmento de produtos de balcão.
"Temos feitos esforços para diversificar mais nossa receita e colocá-la em diversos pilares que têm dado conforto em momentos diferentes", disse Sonder.
No primeiro trimestre do ano, tendo em vista a volatilidade, as receitas com derivativos representaram 45,9% do total registrado no período.
O mix da composição dessa receita, destacou, dependerá de como os diversos segmentos se desenvolverão. Os esforços, segundo ele, estão focados, por exemplo, no segmento de balcão, de market data e aluguel de ativos.
Já o diretor executivo de Produtos da BM&FBovespa, Eduardo Guardia, disse que os próximos produtos a serem lançados para a plataforma de balcão, o swap com fluxo de caixa, compromissada e opções flex, ainda não têm um cronograma definido. Para junho a companhia já anunciou o lançamento de futuro de inflação.
Guardia disse também que "é importante caminhar no sentido de haver harmonização entre os instrumentos de captação" existentes no mercado.
Entre seus produtos de balcão, a Bolsa lidera os registros de Letras de Crédito Agrícola (LCA), produto que conta com isenção de Imposto de Renda para pessoa física.
Em meio ao processo de ajuste fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que vinha sendo estudada uma "harmonização" entre a tributação dos produtos de captação disponíveis.
Há tempos essa tem sido, inclusive, uma demanda da indústria de fundos, que afirma que a isenção tributária em certos instrumentos provoca uma competição desleal com outras classes de investimento.
"Não sabemos o que irá acontecer. A harmonização é importante, mas o que tem se dito é mais sobre um alongamento do investimento de no mínimo 90 dias (para se ter o benefício tributário)", disse Guardia. Hoje esse prazo não existe.
O executivo disse ainda não esperar impactos para os volumes de registro, por conta dessa "harmonização". "Não acho que terá impactos negativos. Há uma preocupação do governo na continuidade das LCAs e eu não estou vendo nenhuma ameaça", concluiu.