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Bitcoin acaba de bater novo recorde. O que explica a disparada?

Por volta das 12h, no horário de Brasília, a criptomoeda estava a US$69.100, ultrapassando o pico de US$68.999,99, estabelecido em novembro de 2021

Bitcoin: lançamento de ETFs e expectativas para halving ajudam a explicar alta (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin: lançamento de ETFs e expectativas para halving ajudam a explicar alta (Reprodução/Reprodução)

Publicado em 5 de março de 2024 às 06h08.

Última atualização em 5 de março de 2024 às 12h29.

O Bitcoin está prestes a bater o recorde de dois anos na manhã desta terça-feira, 5. Por volta das 12h, horário de Brasília, a criptomoeda estava a US$69.100, ultrapassando o pico de US$68.999,99, estabelecido em novembro de 2021. 

Da última vez que a criptomoeda alcançou esses níveis, as taxas de juros estavam próximas de zero, o que incentivou o comportamento especulativo. Quando o Federal Reserve começou a elevar as taxas para conter a alta inflação, o momentum acabou e o bitcoin despencou para U$16.000 menos de um ano após atingir recordes.

Leia também: Disparada do bitcoin deixa mais de 97% dos endereços do blockchain com lucro

As novas máximas, no entanto, ocorrem contra os ventos de taxas de juros potencialmente permanecendo mais altas por mais tempo. Os mercados adiaram suas previsões de cortes nas taxas à medida que a inflação persiste e a economia mostra pouco sinal de enfraquecimento.

"Mesmo que as expectativas de corte nas taxas do Fed tenham sido adiadas, a ameaça de aumentos das taxas está fora da mesa por enquanto", disse Larry Tentarelli, estrategista técnico-chefe da Blue Chip Daily, à publicação norte-americana Business Insider, acrescentando: "Então o bitcoin vem subindo".

Além disso, a maior parte da alta ocorreu nas últimas semanas, quando os influxos para fundos de Bitcoin listados nos EUA dispararam. Isso porque ETFs de Bitcoin de mercado à vista foram aprovados no país no início deste ano. 

Seu lançamento abriu o caminho para novos grandes investidores e reacendeu o entusiasmo e o impulso, lembrando a corrida para níveis recordes em 2021.

Os fluxos líquidos para os 10 maiores fundos de Bitcoin à vista dos EUA alcançaram $2,17 bilhões na semana até 1º de março, com mais da metade indo para o BlackRock's iShares Bitcoin Trust, de acordo com dados da LSEG.

"O apetite para ganhar exposição ao Bitcoin está atingindo níveis insaciáveis", disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG, à Reuters. O Standard Chartered previu que as entradas de ETFs poderiam ajudar a elevar o preço do bitcoin para US$200.000. 

O mercado também se prepara para o halving em abril, quando, graças a uma condição pré-estabelecida no código da rede, a quantidade de bitcoins gerados a cada 10 minutos cai 50%, o que resulta no aumento exponencial do seu preço. O halving acontece aproximadamente a cada quatro anos, com ocorrências em 2020, 2016 e 2012. 

Nos 12 meses após os três halvings anteriores, o bitcoin subiu 8.069%, 284% e 559%. 

O evento coloca pressão sobre a oferta, pois reduz a taxa de entrada de novos bitcoins no mercado, e o halving deste ano ocorrerá em um momento em que a demanda está aumentando acentuadamente.

A alta do Bitcoin também impulsiona outras criptos. Em fevereiro, o valor do mercado de criptomoedas retornou a $2 trilhões pela primeira vez desde abril de 2022. O rally também ocorreu em conjunto com recordes sendo quebrados nos índices de ações, desde o Nikkei do Japão até o S&P 500 e o Nasdaq em Wall Street, e com os indicadores de volatilidade em ações e câmbio diminuindo.

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