Mercados

Bitcoin está a ponto de superar recorde de US$ 10 mil dólares

A criptomoeda vendida e comprada em plataformas digitais especializadas valia 9.855 dólares às 9h GMT (7h de Brasília)

Bitcoin: cotação subiu quase 50% nas últimas duas semanas (Karen Bleier/AFP)

Bitcoin: cotação subiu quase 50% nas últimas duas semanas (Karen Bleier/AFP)

A

AFP

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 14h43.

A moeda virtual bitcoin subia com força nesta terça-feira (28), aproximando-se do nível recorde dos 10 mil dólares, depois de ter visto seu valor se multiplicar por dez em um ano, uma disparada que pode provocar o temor de uma "bolha especulativa".

O bitcoin, vendido e comprado em plataformas digitais especializadas, valia 9.855 dólares às 9h00 GMT (7h00 de Brasília), segundo dados da agência Bloomberg. Sua cotação subiu quase 50% nas últimas duas semanas.

Em meados de outubro, a divisa era negociada por 5 mil dólares. A disparada recente é ainda mais impressionante considerando que o bitcoin começou o ano em torno de mil dólares, antes de cair - como acontece com regularidade.

Por ora, deve manter sua ascensão. "Não se vê no horizonte nenhum fator suscetível de fazê-lo recuar", disse à AFP Shane Chanel, do escritório ASR Wealth Advisers, em Sydney.

Sem existência física, o bitcoin se apoia em um sistema de pagamento entre pessoas P2P, baseado em uma tecnologia chamada "blockchain", é negociado em plataformas específicas e não tem curso legal.

A criptomoeda tampouco é regulamentada por um banco central, ou governo, mas sim por uma grande comunidade internacional. Ela é aceita em um número cada vez maior de transações, como em restaurantes e no setor imobiliário.

Segundo seus defensores, ele oferece uma alternativa segura às divisas tradicionais: o sistema de "blockchain" impossibilita a falsificação de transações, porque, para mudar uma informação, seria preciso que todos os usuários a alterassem simultaneamente.

Essa característica interessa muito ao setor bancário, onde o "blockchain" poderia simplificar as transações digitais.

Wall Street à espreita

O grupo americano CME, uma das maiores bolsas do mundo, anunciou no fim de outubro que vai oferecer produtos derivados que possam especular com o bitcoin.

Em Wall Street, o banco de negócios Goldman Sachs também contempla incluir o bitcoin para seus clientes, disse uma fonte próxima à entidade à AFP no começo de outubro. Seu concorrente JPMorgan Chase declarou-se "muito aberto" às criptomoedas "controladas e reguladas corretamente".

A chegada desses investidores institucionais a um mercado até agora dominado por atores individuais "poderia tranquilizar sobre o fato de que se trata de um objeto de investimento (normal) para o sistema financeiro", explica à AFP Daisuke Yasaku, pesquisador no Instituto de Pesquisa Daiwa de Tóquio.

Contudo, em meados de setembro, o presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, tinha afirmado que o bitcoin era uma "fraude". "É a própria definição de uma bolha", afirmou recentemente o diretor do Crédit Suisse, Tidjane Thiam.

As flutuações do bitcoin despertaram o temor de uma alta especulativa: em seu lançamento, em fevereiro de 2009, um bitcoin valia apenas centavos de dólar.

Até então, grandes bancos evitam trabalhar com o bitcoin, enquanto alertam para os riscos da divisa, muito usada em transações ilícitas, já que não tem nenhum controle.

Sem nenhuma regulamentação, "os lucros podem ser colossais, mas o riscos de movimentos de venda também", alerta James Hughes, analista da empresa de corretagem AxiTrader.

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedas

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney