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Berkshire Hathaway (BERK34) registra prejuízo de US$ 43,7 bilhões no 2T22

Parte da explicação desse resultado é ligado a queda das ações no mercado norte-americano ao longo do segundo semestre

Warren Buffett e Charlie Munger na reunião anual da Berkshire Hathaway (BERK34) (Rick Wilking/Reuters)

Warren Buffett e Charlie Munger na reunião anual da Berkshire Hathaway (BERK34) (Rick Wilking/Reuters)

A Berkshire Hathaway (BERK34), empresa do megainvestidor Warren Buffett, divulgou neste sábado, 6, os resultados do segundo trimestre de 2022.

A Berkshire Hathaway registrou um prejuízo de US$ 43,75 bilhões ente abril e junho deste ano, revertendo o lucro de US$ 28,09 bilhões obtido no segundo trimestre do ano passado.

Nos primeiros seis meses de 2022, a holding de Warren Buffett registrou também um resultado negativo de US$ 38,29 bilhões, contra um lucro registrado nos primeiros seis meses do ano anterior de US$ 39,80 bilhões.

Esse resultado negativo ocorreu mesmo se a Berkshire registrou um aumento do faturamento de US$ 76,18 bilhões no segundo trimestre de 2022, em alta em relação aos US$ 69,11 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

Entretanto, as despesas também aumentaram, chegando a US$ 64,97 bilhões, contra os US$ 60,93 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

Os ganhos operacionais do conglomerado – que abrangem os lucros obtidos com o grande número de negócios, como seguros, ferrovias e serviços públicos – totalizaram US$ 9,28 bilhões no segundo trimestre de 2022.

Os prejuízos no trimestre com investimentos e derivativos chegaram a US$ 66,91 bilhões, enquanto no mesmo período do ano passado a empresa tinha registrado um ganho de US$ 27,39 bilhões.

No semestre, essa perda foi de US$ 68,89 bilhões, contra um ganho de US$ 33,09 bilhões nos primeiros seis meses de 2021.

Segundo a Berkshire Hathaway, “a quantidade de ganhos/perdas de investimento em um determinado trimestre geralmente não tem sentido e fornece números de lucro líquido por ação que podem ser extremamente enganosos para investidores que têm pouco ou nenhum conhecimento de regras contábeis”.

Parte da explicação desse resultado é ligado a queda das ações no mercado norte-americano ao longo do segundo trimestre, puxadas para baixo pelas decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) que aumentou os juros agressivamente para tentar domar a inflação crescente no país.

O S&P 500 registrou uma perda trimestral de mais de 16% - a maior desde março de 2020, ano do começo da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) - e perdeu 20,6% no primeiro semestre do ano, a maior queda em um primeiro semestre desde 1970.

A própria Berkshire explicou que a queda nos mercados financeiros globais pesou muito em sua carteira de ações, que caiu em valor para US$ 328 bilhões, ante US$ 391 bilhões no final de março.

Os investidores receberão uma atualização mais detalhada sobre como o portfólio de ações da Berkshire mudou no final deste mês.

Berkshire Hathaway (BERK34) mantém caixa elevado mesmo com recompra de ações

A Berkshire gastou aproximadamente US$ 1 bilhão em recompras de ações durante o segundo trimestre, elevando o total de seis meses para US$ 4,2 bilhões.

No entanto, esse é um ritmo de recompra mais lento do que o observado no primeiro trimestre, quando a empresa recomprou US$ 3,2 bilhões em suas próprias ações.

O conglomerado registrou uma enorme reserva de caixa de US$ 105,4 bilhões no final de junho. Um valor impressionante mesmo com as operações de compra de ações levadas adiante ao longo dos primeiros seis meses de 2022.

Warren Buffett está aumentando constantemente sua participação na Occidental Petroleum desde março, e a Berkshire Hathaway chegou já a 19,4% do capital total, com um investimento de US$ 10,9 bilhões.

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