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BCE, vendas no varejo, comunicado do Copom e o que mais move o mercado

Investidores aguardam novas medidas de estímulo na Europa, que sente os efeitos econômicos da segunda onda de coronavírus

Christine Lagarde: presidente do Banco Central Europeu (Francois Lenoir/Reuters)

Christine Lagarde: presidente do Banco Central Europeu (Francois Lenoir/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 07h01.

Última atualização em 10 de dezembro de 2020 às 08h28.

Os índices futuros americanos oscilam próximos da estabilidade na manhã desta quinta-feira 10, enquanto as bolsas europeias voltam a subir na esperança de novos estímulos por parte do Banco Central Europeu (BCE).

O anúncio deve ser divulgado nesta quinta, mas ainda há dúvidas sobre os planos do BCE. Segundo a Bloomberg, pode haver uma adição de 500 bilhões de euros ao programa de recompra de títulos, enquanto a Reuters diz que, ao menos, uma sinalização de que os juros se manterão próximos de zero por anos deve ser feita. O BCE definirá a política de juros por volta das 9h45 e a estimativa é de manutenção da taxa de juros em 0% e a de depósito em 0,5% negativo.

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As medidas devem ajudar a mitigar os efeitos econômicos da segunda de coronavírus, que tem levado países do Velho Continente a retomarem medidas de isolamento mais duras.

No Brasil, a política de juros foi decidida na noite de quarta-feira, 9, com a manutenção dos 2% da taxa Selic, como se esperava. Nesta quarta, investidores devem reagir ao comunicado do Copom, que sinalizou o fim do forward guidance, em que o Banco Central busca influenciar as expectativas de mercado com previsões para a taxa de juros - o que pode abrir espaço para uma elevação da taxa Selic. Embora tenha mantido a visão de que os recentes efeitos inflacionários são apenas temporários, a autoridade monetária sugeriu que essa convergência para o centro da meta de inflação pesou na decisão.

“A manutenção desse cenário de convergência da inflação sugere que, em breve, as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas, o que não implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros pois a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade”, diz o comunicado.

“Chama atenção o BC sugerir que a inflação ainda deve se mostrar elevada, mas os choques atuais são temporários”, comentam analistas da Exame Research.

A expectativa de elevação de juros, que começa a ganhar força no mercado, pode ter impactos diretos tanto no mercado de  juros futuros quanto no câmbio, onde o dólar a se desvalorizar, tendo em vista que os títulos públicos poderão ficar mais atrativos para investidores estrangeiros, atraindo dólares para o país.

Além da repercussão do Copom, investidores locais seguem atentos à questão fiscal, após a leitura da PEC Emergencial pelo senador Márcio Bittar ter caído mal no mercado. Na véspera, os temores de um descontrole de gastos voltaram a pressionar o Ibovespa, que fechou em queda.

Na agenda do dia ainda estão os dados de vendas no varejo, que serão divulgados às 9h pelo IBGE. A expectativa para os dados de outubro é de alta anual de 6,7%, mas de queda de 0,2% em relação à publicação referente a ao mês de setembro.

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