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BC reforça intervenção no câmbio após disparada do dólar

Banco terá oferta adicional de contratos de swap, que equivalem à venda futura da moeda, além de manter os leilões dos contratos que vencem em junho

Banco Central: instituição estica o prazo de rolagem dos contratos que vencem em junho (Ueslei Marcelino/Reuters)

Banco Central: instituição estica o prazo de rolagem dos contratos que vencem em junho (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de maio de 2018 às 20h20.

São Paulo - Após a recente disparada do dólar, o Banco Central anunciou nesta sexta-feira que elevará a intervenção no mercado de câmbio na próxima semana com a oferta adicional de contratos de swap, que equivalem à venda futura da moeda norte-americana, além de manter os leilões dos contratos que vencem em junho, como vinha fazendo desde o início do mês.

Na próxima segunda-feira, o BC passará a fazer dois leilões: um para a rolagem de 50,7 mil contratos que vencem em junho e que ainda não foram rolados este mês. Além disso, realizará outro leilão duras horas antes, para a oferta de 5 mil novos contratos com vencimento em julho deste ano.

O volume oferecido no leilão para rolagem dos contratos que vencem em junho foi reduzido pelo BC de 8.900 para 4.225 mil contratos. Por outro lado, a autoridade monetária não sinalizou até quando vão durar as intervenções não relacionadas à rolagem de contratos de swap.

Com isso, o BC estica o prazo de rolagem dos contratos que vencem em junho, que terminaria na próxima sexta-feira com a oferta diária de 8.900 contratos, enquanto sinaliza que pode atuar mais fortemente, leiloando contratos adicionais.

Na semana passada, o BC informou que rolaria contratos de swap pelo quarto mês consecutivo, mas ressaltou que ofereceria ao mercado um volume maior de operações para "suavizar movimentos no mercado de câmbio".

A fechou nesta sexta-feira a 3,6008 reais, maior nível em quase dois anos. De fevereiro a abril, o dólar avançou mais de 10 por cento ante o real, com ganho de 5,54 por cento somente nas últimas três semanas, diante de receios com a trajetória da taxa de juros nos EUA e temores sobre o futuro do relacionamento econômico do país com o Irã e a China.

Na terça-feira, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, considerou normal o comportamento do câmbio em relação ao que vem ocorrendo no mundo, em entrevista à GloboNews.

Nesta sexta-feira, um fator adicional pressionou o dólar no mercado doméstico: a incerteza eleitoral. Na segunda-feira, está prevista a divulgação da pesquisa CNT/MDA, que deve captar para onde estão indo eleitores que pretendiam votar no ex-presidente do STF Joaquim Barbosa (PSB).

A poucos meses das eleições presidenciais de outubro, oquadro ainda é incerto. Investidores temem que um candidato que considerem menos comprometido com o ajuste fiscal vença.

O fortalecimento do dólar tende a pressionar a inflação e pode influenciar o comportamento da política monetária.

No mercado externo, o dólar operava em baixa ante uma cestade moedas, mas rumava para a quarta semana de apreciação, sequência mais longa desde o quarto trimestre de 2016, com os mercados cada vez mais otimistas quanto às perspectivas para a moeda norte-americana nas próximas semanas.

Nesta sexta-feira, o BC vendeu, pela sétima sessão, aoferta integral de até 8.900 contratos em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando3,115 bilhões de dólares do total de 5,650 bilhões de dólaresque vence em junho.

Se mantiver e vender o novo volume diário de 4.225 contratos, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

 

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