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Presidente do Banco Central diz que pode intervir no dólar de novo

Nesta terça, dólar desacelerou depois de dois leilões extraordinários promovidos pelo BC no mercado à vista, mas ainda assim fechou de forma recorde

Roberto Campos Neto: "Se amanhã nós entendermos que de novo existe um movimento disfuncional e que o câmbio brasileiro está destoando de outros países... com gap de liquidez nós vamos voltar a fazer intervenção" (Amanda Perobelli/Reuters)

Roberto Campos Neto: "Se amanhã nós entendermos que de novo existe um movimento disfuncional e que o câmbio brasileiro está destoando de outros países... com gap de liquidez nós vamos voltar a fazer intervenção" (Amanda Perobelli/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de novembro de 2019 às 20h05.

Última atualização em 27 de novembro de 2019 às 09h24.

Brasília — O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária poderá repetir na quarta-feira intervenções cambiais que fez ao longo da sessão desta terça se observar novos gaps de liquidez no mercado.

Em evento promovido pelo jornal Correio Braziliense, Campos Neto reforçou que o câmbio é flutuante e o BC age apenas em caso de problemas de liquidez ou para atenuar movimentos que estão fora do padrão normal.

"Se amanhã nós entendermos que de novo existe um movimento disfuncional e que o câmbio brasileiro está destoando de outros países... com gap de liquidez nós vamos voltar a fazer intervenção como fizemos hoje", disse.

O dólar até desacelerou a alta depois de dois leilões extraordinários promovidos pelo BC no mercado à vista, mas ainda assim fechou com folga em nova máxima recorde nesta terça-feira, depois de ao longo do pregão disparar a quase 4,28 reais e cravar novo pico histórico também para o intradia.

Campos Neto disse que tem lido que suas declarações têm gerado controvérsia, mas defendeu que o BC "tem dito a mesma coisa sempre", seguindo o princípio da separação entre política monetária e cambial.

A visão é de que os juros são utilizados para política monetária, repetiu Campos Neto. O câmbio é flutuante e as medidas macroprudenciais são para garantir a solidez do sistema financeiro, frisou.

"É importante entender que nós acreditamos no princípio da separação. Isso significa que as intervenções não fazem com que o movimento de longo prazo seja revertido, a intervenção não tem capacidade de fazer com que o câmbio mude uma tendência natural que é feita por variáveis macroeconômicas, e sim atenua movimento", complementou.

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