Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Andre Coelho/Bloomberg)
Guilherme Guilherme
Publicado em 11 de janeiro de 2023 às 07h35.
Última atualização em 11 de janeiro de 2023 às 08h18.
Expectativas de aceleração da China e de uma menor inflação em 2023 seguem impulsionando as altas dos índices de ações do mundo inteiro neste início de ano. Bolsas da Europa, como as da Alemanha, França e Itália já subiram mais de 5% no ano até esta quarta-feira, 11, enquanto a bolsa de Hong Kong já saltou 8,3%. O movimento tem sido mais tímido em Wall Street, mas os primeiros sinais também foram de recuperação.
Apesar do maior otimismo deste início de ano, as precupações sobre a política monetária dos Estados Unidos seguem latentes. Quase um ano após o Federeal Reserve (Fed) ter iniciado o ciclo de alta de juros, investidores seguem sem saber ao certo onde e quando será seu fim. Membros do Fed nesta semana chegaram a sugerir que a taxa, atualmente no intervalo entre 4,25% e 4,5%, poderá superar 5%. Mas a possibilidade ainda divide opiniões no mercado, com parcela significativa ainda apostando no fim do ciclo quando a taxa bater 5%.
Investidores esperavam que o presidente do Fed, Jerome Powell, desse alguma pista em seu discurso em evento na Suécia, na véspera, sobre a independência de bancos centrais. Powell disse que, como presidente de um banco central independente, pode ter de tomar decisões "impopulares". Nenhuma novidade. No mais, o discurso ganhou holofotes por Powell ter dito que o "Fed não será um formulador de políticas climáticas".
Sem surpresas de Powell, bolsas dos Estados Unidos encerraram o último pregão em alta, contribuindo para o tom positivo do Ibovespa, que apagou as quedas do ano e voltou a fechar acima dos 110.000 pontos. A expectativa, agora, é para o Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) de dezembro, que será divulgado nesta quinta-feira, 12. O consenso é de que o CPI tenha fechado 2022 a 6,5%.
Desempenho dos indicadores às 8h (de Brasília):
No Brasil, o IPCA fechado de 2022 foi divulgado ontem, com a publicação dos números de dezembro. O principal índice de inflação brasileiro terminou o ano em 5,79%. Acima da meta de 3,5%, com banda de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o IPCA de 2022 obrigou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a divulgar uma carta com as justificativas por não ter alcançado-a.
Em carta publicada na última noite, Campos Neto responsabilizou a inércia da inflação de 2021, alta de commodities, gargalos da cadeia produtiva global, choques de preços de alimentos e retomada do setor de serviços pela queda de casos de covid-19. Campos Neto também ressaltou o papel da política monetária no controle da inflação, afirmando ter avançado em "substancialmente no terreno contracionista em 2022".
Para 2023, Campos Neto reforçou as declarações da ata e do comunicado mais recentes do Copom, afirmando que manterá a taxa de juros inalterada até que se consolide o processo de desinflação. O presidente do Banco Central também afirmou que "os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados" e que "não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado".
Acionistas da Restoque aprovaram a mudança de nome da companhia para "Veste S.A. Estilo" em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada na terça-feira, 10. A companhia, dona das marcas Le Lis, John John e Dudalina, também irá alterar o ticker em que é negociada na bolsa de "LLIS3" para "VSTE3". A mudança do ticker, no entanto, só terá efeito a partir do dia seguinte à reunião do Conselho de Administração que homologará o aumento de capital privado já em curso. A reunião, segundo a companhia, ainda será convocada.
A AGE também aprovou a realização de um grupamento de ações na proporção de 8 para 1, sendo que todas as frações serão inteiradas pela WNT Gestora de Recursos. As ações começarão a ser negociadas sob efeito do grupamento no mesmo dia da mudança de ticker. Também recebeu o aval da AGE a eleição da chapa do Conselho de Administração, já aprovada em reunião do Conselho.