Fábrica da Ambev: na avaliação de analistas, a maior cervejaria da América Latina tem se sustentado na liderança do setor por sua marca forte e rede de distribuição ampla (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2016 às 11h35.
No início de sua cobertura da Ambev, o BB Investimentos considerou o desempenho da fabricante de bebidas “em linha com a média do mercado” e estimou preço-alvo de R$ 20 para os papéis da companhia, em relatório enviado hoje aos seus clientes.
Na avaliação dos analistas Victor Penna e Luciana Carvalho, a maior cervejaria da América Latina tem se sustentado na liderança do setor por sua marca forte e rede de distribuição ampla, seu foco em eficiência e controle de custos, sua robusta geração de fluxo de caixa, disciplina financeira e inovação constante.
Além disso, o banco de investimentos do Banco do Brasil destaca que o aumento na renda média global e da população têm sido os principais motores de crescimento de longo prazo para as indústrias de cerveja e refrigerantes em todo o mundo.
No Brasil, com o consumo de cerveja “premium” ainda menor do que em mercados maduros, “acreditamos que há espaço para a futura criação de valor a longo prazo e crescimento nesses segmentos”, diz trecho do texto.
No entanto, o ambiente doméstico mais fraco, principal mercado da Ambev, desencorajou o consumo de cerveja, bem como a inflação mais forte tem pressionado as margens na indústria de bebidas.
Neste sentido, a empresa tem se concentrado em embalagens retornáveis, com custo final mais baixo para o grupo e para o consumidor. Assim, segundo o BB Investimentos, há uma “grande aposta” da Ambev em concentrar-se nesse tipo de estratégia, mais rentável em um cenário de maior sensibilidade ao preço.
Ainda assim, os analistas do banco aguardam um crescimento moderado da empresa no curto prazo, dada a perspectiva de menor volume de vendas e as pressões mais elevadas nos custos.
Nesse quadro, as receitas devem registrar um ritmo mais moderado de crescimento nos próximos cinco anos, com a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) atingindo seu recorde histórico de 50% em 2020, vindo principalmente de iniciativas de inovação e redução de custos.
Riscos
Na análise das fragilidades da Ambev, o BB Investimentos apontou potenciais ventos contrários do aumento de impostos nos preços e seus impactos negativos, a depreciação do dólar, uma maior deterioração econômica que afetaria negativamente o volume de vendas e aumentos de preços e mudanças de benefício fiscal e regras referentes aos juros sobre o capital próprio.