Analistas mantêm recomendação acima da média do mercado e estabelecem preço-alvo de 42,6 reais para ações do BB (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2011 às 16h35.
São Paulo – O Banco do Brasil (BBAS3) não deve realizar uma oferta pública de ações para elevar seu capital. Pelo menos não agora. A afirmação é dos analistas Regina Sanchez, Thiago Batista e Alexandre Spada do Itaú BBA, que listaram opções para que a instituição financeira não tenha que recorrer ao mercado agora para adequar o seu capital.
Em relatório divulgado nesta quarta-feira (20), o Itaú BBA reiterou a recomendação outperform (performance acima da média do mercado) e estabeleceu o preço-alvo de 42,60 reais para cada ação até o final de 2011. Segundo os analistas, entre as alternativas para elevar o capital, o BB pode vender, no curto prazo, sua participação de 8,8% na Neoenergia, o que deve render ao banco público 1 bilhão de reais (2,5 bilhões de reais no máximo).
No médio prazo, os analistas citam a possibilidade de listagem do Banco Votorantim no mercado de ações. O BB possui 49,99% de participação no banco privado, adquirida em 2009, em uma transação avaliada em 4,2 bilhões de reais.
De acordo com o Itaú BBA, essa operação poderia gerar “alguns ganhos” para o banco estatal. “É difícil avaliar o montante total que o BB conquistaria, já que o ganho depende da estrutura do negócio”, afirmam os analistas. Contudo, é mais uma opção para o banco público.
Como terceira alternativa, o Banco do Brasil poderia reduzir, já no longo prazo, o pagamento de dividendos em 2012, utilizando assim o montante para elevar sua posição de capital. Essas alternativas podem evitar que a instituição faça uma oferta de ações, pelo menos até 2012, apesar de que isso não está descartado, embora dependa também da implementação do Índice de Basiléia III, prevista para ocorrer a partir de 2013.
O Basiléia III é uma grande reforma da regulamentação global que irá forçar bancos a aumentarem suas reservas de capital para se protegerem de crises. Os bancos terão que triplicar, para 7%, o total de suas reservas de proteção contra uma futura turbulência econômica.