Operador na Bolsa de Nova York: novos alertas para correção nas ações (Daniel Acker/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2021 às 18h19.
Última atualização em 29 de janeiro de 2021 às 19h21.
Se o mercado virar de vez para forte correção em 2021, Michael Harnett poderá ser lembrado futuramente como um dos que mais se empenharam em avisar sobre a derrocada. O estrategista-chefe para ações do Bank of America voltou a fazer um alerta para a queda das bolsas em nota distribuída a clientes nesta sexta-feira, 29.
O novo alerta foi dado no dia em que os principais índices de ações em Wall Street encerraram com a maior queda semanal desde outubro de 2020.
"Os 3 Rs de taxas [rates], redistribuição e regulação são historicamente os catalisadores que encerram bull markets & bolhas... todos serão eventos em 2021 [...] que poderão levar para trimestres e anos [com índices] mais baixos e mais voláteis ", disse Harnett.
Há uma semana, Harnett causou alvoroço ao escrever que o mercado se encontrava no último estágio antes do estouro da bolha, na medida em que investidores muito ricos estavam se comportando como aqueles que desejam ser ricos, ou seja, tomando riscos de maneira desmedida.
O primeiro dos Rs é o da taxa de juro (interest rates), na medida em que, em sua avaliação, a inflação ao consumidor nos Estados Unidos deve sofrer um repique no segundo trimestre e isso pode levar o Federal Reserve, o banco central americano, a sinalizar um aumento de juro no médio prazo.
Isso ocorreria ao mesmo tempo que — o segundo R, da redistribuição — o PIB americano deve crescer a um ritmo anualizado de 5% e os lucros das empresas devem subir na casa de dois dígitos, em 20%.
O terceiro R é o da regulação, e Harnett cita a recente decisão do banco central da China de restringir a liquidez dos bancos nesta semana, com reflexos sobre as ações das instituições financeiras.
Harnett comentou ainda sobre a disputa entre investidores de varejo e fundos hedge com grandes posições vendidas e disse que o episódio — que começou com as ações da GameStop — serve como nova escalada das tensões em torno das desigualdades da economia.