Ibovespa painel (Germano Lüders/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 16 de março de 2023 às 08h21.
Depois de um dia de perdas com a situação do Credit Suisse dando contornos dramáticos ao setor bancário global após o episódio com o Silicon Valley Bank (SVB), os mercados começam a dar alguns sinais de alívio nesta quinta-feira, 16. Resta saber qual vai ser a duração desse fôlego extra conseguido.
Nesta manhã, o que alivia os mercados é a informação de que o Banco Nacional Suíço vai garantir liquidez ao Credit. Depois das ações despencarem, com quedas de mais de 20%, o Credit Suisse informou que vai tomar um empréstimo de 50 bilhões de francos suíços (algo em torno de US$ 54 bilhões) com o BC da Suíça.
A novidade faz com que os índices das bolsas europeias caminhem para alguma estabilização, mesmo com a decisão do Banco Central Europeu sobre a taxa de juros se aproximando. É esperado que a definição sobre a política monetária do bloco seja anunciada no meio desta manhã, pelo horário de Brasília. A expectativa é de que um aumento de 50 bps seja anunciado, mesmo com o desarranjo recente no setor bancário. A presidente do BCE, Christine Lagarde falará às 10h45 (do horário de Brasília) e seu pronunciamento é o foco de atenção do mercado.
Os índices futuros de Nova York também testam esse alívio recente. Por volta das 7h10, somente a Nasdaq subia, enquanto os índices Dow Jones e S&P 500 recuavam levemente.
Desempenho dos indicadores por volta das 7h (de Brasília):
Investidores devem continuar monitorando o setor bancário global após a crise com o Credit Suisse ontem. Após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank nos Estados Unidos, o anúncio de que o banco encontrou “fraqueza material” no balanço preocupou investidores.
A situação se estabilizou no final do dia depois que o Banco Nacional da Suíça (SNB) se dispôs a fornecer liquidez ao Credit Suisse, caso necessário. A principal autoridade de supervisão financeira do país (FINMA, na sigla em inglês), que também assina a nota, assegurou que a instituição atende às exigências de capital e liquidez impostas aos bancos considerados “importantes para o sistema". O Credit é o segundo maior banco do país. Em comunicado, o Credit informou que deve precisar de um empréstimo em torno de 50 bilhões de francos suíços.
Os dois órgãos disseram ainda que as turbulências no setor bancário americano não representam um risco direto de contágio aos mercados financeiros suíços.
A temporada de balanços do quarto trimestre conta com 13 balanços nesta quinta-feira. Veja a lista:
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou a quarta-feira, 15, em queda, reagindo a um pregão marcado pela aversão global ao risco. O alerta veio da Europa, com a crise no Credit Suisse reacendendo as incertezas geradas pela do banco americano Silicon Valley Bank (SVB).
Na mínima do dia, o índice chegou a cair 2,2%, aos 100.692 pontos. O Ibovespa, no entanto, minimizou as perdas ao final do pregão com a notícia de que o governo suíço deve socorrer o Credit em caso de necessidade de liquidez. O índice caiu 0,25%, aos 102.675 pontos.