Banco PAN teve lucro de R$ 217 milhões no primeiro trimestre, alta anual de 12% (Banco Pan/Divulgação/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 10 de maio de 2024 às 16h02.
Última atualização em 13 de maio de 2024 às 11h24.
O Banco PAN alcançou no primeiro trimestre deste ano seu melhor resultado da história: lucro de R$ 217 milhões, alta anual de 12%. Com o feito, o banco quebrou o “jejum da estabilidade”. Os últimos três anos foram de resultados entre R$ 190 milhões e R$ 200 milhões, com pouca variação entre os números.
A mudança vem na esteira do resultado da carteira de crédito, que alcançou R$ 46,1 bilhões, avanço de 10% em base anual. “Tivemos um crescimento substancial da carteira que é explicado por dois fatores: aumento da originação para um nível recorde e redução da venda de carteira”, explicou Carlos Eduardo Guimarães, CEO do Banco PAN, em coletiva com jornalistas nesta sexta-feira, 10.
A originação de crédito média subiu para 8,3% no primeiro trimestre, para R$ 10,4 bilhões. A maior parte vem da frente de veículos, com R$ 4,8 bilhões, seguida pelo crédito consignado, com R$ 3,6 bilhões.
A venda de carteira, por sua vez, é uma operação que faz parte da estratégia do banco, mas que sofreu uma desaceleração neste primeiro trimestre. Guimarães afirma que o PAN está confortável com seu nível de funding e com seu índice de Basileia – parâmetro que indica a quantidade mínima de capital em relação aos ativos ponderados pelo risco. Sendo assim, é possível diminuir o ritmo de cessão de carteira, o que aumenta a rentabilidade.
“Hoje somos capazes de reter carteira a um custo de funding bem bacana, também com a ajuda do controlador”, explicou. O PAN é controlado pelo BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).
O PAN coloca o engajamento com clientes como seu principal desafio atual. Nesse cenário, uma das ferramentas mais eficientes é o cartão de crédito, grande porta de entrada e instrumento de fidelização. O banco, no entanto, tem se mantido afastado do cartão desde a alta da inflação no pós-pandemia, que fez disparar a inflação e pegou o setor bancário de surpresa.
Para reorganizar a casa, o PAN diminui a concessão de crédito no cartão. Foi um dos fatores que ajudaram a empresa a baixar a inadimplência. No trimestre, a inadimplência longa, com créditos vencidos acima de 90 dias, teve queda de 0,4 p.p., para 6,9%.
“É uma espécie de dilema: o cartão é ferramenta importantíssima para engajamento, mas, por outro lado, sofremos muito com inadimplência de cartão [em trimestres anteriores]”, disse Guimarães.
A meta é voltar a crescer em cartões, mas de maneira assertiva. “Uma de nossas estratégias é começar com um limite pequeno, e deixar claro para o cliente que, se ele pagar direitinho, esse limite pode dobrar em três meses, por exemplo.”
Os resultados, segundo o CEO, devem começar a aparecer no curto prazo, já no próximo trimestre.