Nova maquininha do Banco Pan: novo produto do banco com o objetivo de ampliar a base e engajar o cliente (Banco Pan/Divulgação)
Marcelo Sakate
Publicado em 11 de maio de 2021 às 06h15.
Última atualização em 11 de maio de 2021 às 06h59.
O Banco Pan (BPAN4) começa a colher os frutos de sua estratégia de ampliar a base de clientes e vender um número maior de produtos em canais digitais. Os números do primeiro trimestre, divulgados na segunda, 10, são o começo de uma trajetória que vai rentabilizar cada vez mais a operação, disse Carlos Eduardo Guimarães, CEO do Pan, à EXAME Invest.
"Estamos no início da jornada do ecossistema completo", disse Cadu, como é conhecido também o CEO do Pan. "Temos uma operação rentável e estamos investindo para crescer mais e com muitos ganhos e sinergias a serem capturados no futuro", completou. A velocidade dos lançamentos, por sua vez, será ditada pelo ritmo de desenvolvimento da tecnologia. Não por acaso, os investimentos na área subiram 30% no trimestre.
A execução da estratégia de digitalização parece agradar os investidores. As ações do Pan subiram 264% nos últimos 12 meses, com ganhos de 84% somente neste ano. O Banco Pan é controlado pelo BTG Pactual (BPAC11), do mesmo grupo que controla a EXAME.
O Pan encerrou o trimestre com mais de 10 milhões de clientes, dos quais 6 milhões da operação de banking, que completou um ano de operação e engloba essencialmente a conta digital e o cartão de crédito, além de outros produtos.
O banco anunciou também a entrada no mercado de adquirência, conhecido pelas maquininhas. "Temos uma base grande de clientes e precisamos dos produtos adequados para engajá-los da melhor maneira possível. Temos uma quantidade importante de clientes que são autônomos e que trabalham com a maquininha", explica o executivo.
Por um lado, o cliente que é autônomo terá um canal a mais para receber os pagamentos pelas vendas; por outro, o banco poderá ofertar produtos e serviços, como crédito e seguro, "sempre com o objetivo de engajar o cliente".
Cadu ressalta que o serviço de adquirência será um dos produtos do Pan, e não o principal mercado, papel desempenhado hoje pelo crédito consignado, com destaque também para financiamento de veículos.
"Nós vamos brigar pelo cliente no mercado de adquirência na camada de baixo da população, não na mais disputada, em que as margens são menores", explica.
"Temos clientes, produtos e canais. Com o cliente aqui dentro do banco, vamos aumentar o cross sell e o up sell e o engajamento", resume Cadu sobre a estratégia do Pan, em referência às venda cruzada e de valores mais elevados de produtos e serviços, respectivamente, sempre com foco nas classes C, D e E, em autônomos e MEIs.
O lucro líquido de 190 milhões de reais representou avanço na casa de 11% tanto na margem (versus quarto trimestre) como na comparação anual. E foi impactado em parte por investimentos para a aquisição de clientes, possibitando o ganho de escala do cartão e da conta digital. O ganho em rentabilidade virá em momento posterior, diz Cadu.
A rentabilidade, de fato, teve decréscimo de 20,9% no quarto trimestre para 20,3% no primeiro deste ano. Houve aumento da inadimplência, que pode ser atribuído, segundo o executivo, ao efeito sazonal típico do início do ano. Os atrasos de curto prazo, de até 90 dias, saltaram de 6,3% no quarto trimestre de 2020 para 7,8% no primeiro deste ano; apesar da alta, ainda esteve abaixo dos 9% verificados no mesmo período do ano passado.
Cadu comentou ainda que a expectativa é que a operação de venda da fatia remanescente da Caixa para o BTG Pactual (BPAC11) seja concluída em breve, o que vai se traduzir em maior flexibilidade e agilidade na tomada de decisões. Algumas sinergias já são exploradas, como negociação com bandeira do cartão e sistemas de tecnologia.
O Banco Pan faz parte da estratégia do BTG de endereçar o mercado bancário inteiro, neste caso com o foco nas classes C, D e E, quando o BTG+, que é o banco digital de varejo da marca, é direcionado para as classes A e B.